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Espanha/ política

Sem apoio, líder socialista espanhol pede demissão

O líder socialista espanhol Pedro Sánchez apresentou sua renúncia neste sábado (1º), após perder uma importante votação ao fim de uma caótica reunião da liderança de seu partido. A decisão pode abrir o caminho para o desbloqueio da crise política que já dura nove meses no país.

Pedro Sanchez não conseguiu convencer o PSOE a manter o bloqueio de mais um governo de Mariano Rajoy.
Pedro Sanchez não conseguiu convencer o PSOE a manter o bloqueio de mais um governo de Mariano Rajoy. REUTERS/Susana Vera/File Photo
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Os socialistas se reuniram para definir o futuro da posição do partido no Parlamento. O primeiro-ministro interino, o conservador Mariano Raroy, do Partido Popular, tenta formar um governo minoritário e evitar a realização das terceiras eleições no país em um ano, algo inédito na Espanha e Europa.

Se os socialistas se abstiverem de votar a coalizão, Rajoy consegue assumir para mais um mandato de premiê. Sanchez, no entanto, descartava permitir a formação de um governo pelo conservador, acusado de corrupção. Na sexta-feira (30), o líder socialista havia dado a entender que renunciaria se o comitê federal socialista contrariasse a sua posição.

Debates acalorados

Minutos antes de apresentar a demissão, Sánchez havia perdido, por 133 votos contra e 107 a favor, a votação sobre a realização de um congresso do partido. Ele pediu que o evento fosse organizado junto com as prévias para revalidar sua liderança, depois que o setor crítico do PSOE tentou derrubá-lo nesta semana. Na quarta-feira, quase metade da cúpula do partido pediu demissão, na esperança de forçá-lo a fazer o mesmo.

A saída de Sanchez ocorre depois de um dia de discussões intensas e acaloradas no comitê. Além de se agarrar a um contestado veto à formação de um governo por Rajoy, o que impede a Espanha de sair da crise política, o agora ex-líder era acusado de ser responsável pelos maus resultados dos socialistas nas urnas – o PSOE teve os piores resultados de sua história nas eleições gerais de dezembro de 2015 e junho passado.

Entenda a crise do Partido Socialista Espanhol

Seus aliados, porém, insistem que a melhor alternativa é forçar Rajoy a abandonar as tentativas de formar uma coalizão. Nesta hipótese, Sanchez considerava tentar formar um governo com o Podemos, oriundo do movimento de esquerda radical que emergiu nos protestos contra as políticas de austeridade econômica adotadas pela administração Rajoy.

Uma ala considerável do PSOE, entretanto, não se alinha às posições do Podemos. Essa alternativa também implicaria em buscar um acordo com os nacionalistas da Catalunha, que desejam um referendo de independência, algo inaceitável para o partido.

"Não é não", gritavam mais de 100 militantes ligados a Sánchez diante da sede nacional do PSOE, no início da reunião deste sábado, para defender a firme oposição do líder a que os socialistas facilitem um governo da direita.

No poder desde 2011, Rajoy venceu as legislativas de junho - mas, ao obter 137 dos 350 deputados do Parlamento, o PP ficou longe da maioria necessária para governar, o que exige no mínimo a abstenção do PSOE. Se o bloqueio persistir até 31 de outubro, o Parlamento será dissolvido e novas legislativas serão convocadas para dezembro.

Com informações da AFP
 

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