Acessar o conteúdo principal
Drogas

Krokodil, droga mais perigosa do mundo, vira moda na Europa

Uma nova droga tem dado o que falar na Europa e gerado preocupação para as autoridades do Velho Continente. O Krokodil, classificado como o entorpecente mais perigoso do mundo, pode ser sintetizado facilmente e se tornou popular entre os usuários de substâncias alucinógenas devido ao seu baixo preço, sendo apelidado de “a heroína dos pobres”. A maioria dos usuários do Krokodil morre um ano após a primeira utilização.

"Krokodil" é uma mistura de iodo, heroína, gasolina, solvente, fósforo vermelho e codeína.
"Krokodil" é uma mistura de iodo, heroína, gasolina, solvente, fósforo vermelho e codeína. DR
Publicidade

O nome “Krokodil” vem da reação da pele no local onde a substância é injetada, que torna-se esverdeada e rugosa, sendo comparada ao couro do crocodilo. A nova e poderosa droga é uma variação da desomorfina, sintetizada pela primeira vez nos anos 1930 por médicos nos Estados Unidos como uma alternativa à morfina. No entanto, sua utilização legal foi abandonada devido a seu forte potencial de vício.

No final dos anos 90, a substância passou a ser produzida de forma clandestina na Rússia, onde é considerada um narcótico ilegal. Devido à simplicidade de sua fórmula – uma mistura de iodo, heroína, gasolina, solvente, fósforo vermelho e codeína – sua produção aumentou e se expandiu pela Europa a partir de 2010, popular especialmente entre os usuários de heroína.

Alemanha, Bélgica, Holanda e Reino Unido já enfrentam o problema do Krokodil. A droga também já chegou à América do Norte. No México, onde substâncias sintéticas estariam substituindo os narcóticos tradicionais, como a maconha e a cocaína, já há registros do uso do Krokodil. Nos Estados Unidos, o novo entorpecente é conhecido como “droga dos zumbis”, devido aos efeitos físicos e psicológicos que provocam nos usuários.

Como o organismo é incapaz de eliminar a substância, que permanece no sangue, o Krokodil gera a decomposição da carne e dos músculos. Os órgãos e ossos são rapidamente atingidos de uma forma irreversível. Muitos usuários são obrigados a amputar membros onde injetaram a droga. De acordo com especialistas, a vida de um viciado em Krokodil não dura mais que três anos. A maioria deles morre um ano após o início do consumo desta droga.

Trabalho de prevenção na França

Na França ainda não há registros oficiais sobre a utilização do entorpecente, mas o trabalho de prevenção já começou, impulsionado especialmente por uma associação, a Prévention Krokodil. A iniciativa é do cinegrafista francês Romain Demongeot que, motivado por suas origens russas e experiências com drogas, resolveu lançar o alerta aos franceses sobre o perigo deste entorpecente.

“Fiz muitos anos de terapia porque, por muito tempo, fui usuário de drogas. Quando me deparei com o Krokodil, me dei conta que as pessoas que a utilizam estão desesperadas. Elas sabem que morrerão daqui a um ano, que seus cérebros e corações serão dissolvidos por essa substância mas, mesmo assim, continuam se picando”, disse, em entrevista à RFI.

O cineasta viajou ao Oblast de Kaliningrado, território russo entre a Polônia e a Lituânia, onde presenciou cenas que o inspiraram a criar o curta-metragem Krokodil Requiem. “O filme retrata os últimos cinco minutos da vida de um rapaz que injeta essa substância. Então, a mensagem que quero passar com meu filme é simples: desde que começamos a consumir essa droga, morremos.”

Segundo Demongeot, o principal perigo do Krokodil é seu alto poder de vício. “Os usuários de cocaína e heroína podem parar de consumi-las, o que não acontece com o Krokodil. Ele é altamente viciante, desde a primeira picada.” Por isso, reitera, essa droga “é um caminho sem volta”.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.