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Holanda/deputado xenófobo

Para tribunal holandês, deputado xenófobo é culpado por discriminação

O deputado holandês Geert Wilders, abertamente crítico ao islamismo e contra os imigrantes, foi declarado culpado nesta sexta-feira (9) da acusação de discriminação por um tribunal, que, no entanto, o absolveu do delito de incitação ao ódio por suas declarações sobre marroquinos em 2014.

O deputado holandês Geert Wilders.
O deputado holandês Geert Wilders. © DR
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No veredito, os juízes assinalaram que "o caráter inflamatório das declarações do réu incitou a discriminação de pessoas de origem marroquina". No entanto, acrescentaram que as evidências não são suficientes de que suas palavras tenham instigado o ódio. O deputado também não pagará a multa de € 5.000 exigida pela promotoria, segundo a sentença.

Wilders, de 53 anos, reagiu imediatamente afirmando que apelará da sentença, que considera uma "grande perda para a liberdade de expressão". O processo, longe de prejudicar o controvertido deputado, provavelmente aumentará sua popularidade entre os eleitores.

"Mais ou menos marroquinos na Holanda?"

Conhecido por suas posições islamofóbicas, o político foi julgado por declarações feitas depois das eleições municipais de março de 2014 em Haia, onde questionou a seus militantes se queriam "mais ou menos marroquinos na Holanda". A uma multidão que gritava "Menos! Menos! Menos!", respondeu com um sorriso: "Vamos cuidar disso".

Esse tipo de declaração, que provocou 6.400 queixas de cidadãos e organizações, prejudicam profundamente a dignidade humana, segundo o representante da promotoria, Wouter Bos. "Os holandeses-marroquinos dizem se sentir cidadãos de segunda classe, é preciso acabar com as declarações racistas", afirmou.

Wilders boicotou a maior parte das audiências e se negou a se apresentar ante o juiz para a leitura da sentença. Um pouco antes, comentou no Twitter: "Seja qual for o veredito, continuarei falando a verdade sobre o problema marroquino e nenhum juiz, político ou terrorista, me deterá". Depois da sentença, em um pronunciamento em vídeo e em inglês, ele declarou que "a Holanda se tornou um país doente".

Se eleito, Wilders vai confiscar Corões e fechar mesquitas

Os holandeses vão às urnas em março para eleger seu primeiro-ministro, um posto que Wilders aspira há muito tempo. As últimas pesquisas atribuem 34 cadeiras a seu Partido para a Liberdade (PVV), dez a mais que ao partido do premiê liberal Mark Rutte.

Se for eleito primeiro-ministro, Wilders prometeu confiscar Corões (livro sagrado muçulmano), fechar mesquitas e escolas islâmicas, como também fechar as fronteiras e proibir o acesso de migrantes procedentes de países muçulmanos. Suas posturas valeram a ele ameaças de morte dos grupos radicais como a rede Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico (EI). Por isso, Wilders usa segurança permanente e é chamado de "o homem mais protegido da Holanda".

Em 2014, Wilders e a extremista francesa Marine Le Pen, do partido Frente Nacional, fizeram uma aliança durante a campanha das eleições europeias para tentar formar um grupo no Parlamento Europeu. Mas Le Pen não consegiu juntar os 25 deputados de sete nacionalidades diferentes, necessários para a formação de um bloco parlamentar.

 

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