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Cãezinhos são resgatados nos destroços do Hotel Rigopiano, na Itália

O resgate de três filhotes de cachorro dos escombros do hotel devastado por uma avalanche em Farindola, no centro da Itália, renovou nesta segunda-feira (23) as esperanças dos bombeiros. Uma avalanche atingiu o hotel na quinta-feira passada (19), deixando 7 mortos e 23 desaparecidos.

Três filhotes foram resgatados nesta segunda-feira (23) nos escombros do Hotel Rigopiano, em Farindola, no centro da Itália
Três filhotes foram resgatados nesta segunda-feira (23) nos escombros do Hotel Rigopiano, em Farindola, no centro da Itália Vigili del Fuco/Reuters
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"Este é um sinal de vida importante que nos dá esperança", declarou à imprensa o bombeiro Fabio Jerman, após o resgate dos três cãezinhos, cujos pais haviam sido encontrados ilesos na quinta-feira, a 4 km do hotel. Em outro esforço para tentar encontrar sobreviventes, cinco dias após a tragédia, as equipes de resgate começaram a cavar novos túneis de acesso na neve. "Estamos lutando contra o tempo, estamos conscientes de que devemos ir rápido. Mas a operação ocorre em um contexto desfavorável", reconheceu o porta-voz dos bombeiros, Luca Cari. Mais um corpo foi recuperado hoje.

Na sexta-feira (20), as equipes de resgate encontraram nove sobreviventes, que relataram as 48 horas no escuro, frio e silêncio, comendo a neve para saciar a sede. Mas as buscas avançam lentamente, muitas vezes os bombeiros cavam com as mãos, por medo de deslizamentos de terra no interior do edifício que a avalanche atingiu com a força de 4.000 caminhões a toda velocidade, segundo estimativas. Um radar especial foi instalado na montanha para tentar comunicar com antecedência qualquer nova avalanche.

Italianos questionam se tragédia poderia ter sido evitada

Uma investigação judicial por homicídio foi aberta, a fim de estabelecer potenciais responsabilidades, lembrou nesta segunda-feira, em coletiva de imprensa, a procuradora de Pescara, Christina Tedeschini. "A investigação ainda está no início", avisou, observando que incidiria sobre a abertura e gestão do hotel, manutenção dos acessos ao estabelecimento e organização do socorro.

A procuradora apontou "uma falta de eficácia e interferências" nas comunicações no dia da tragédia, mas disse que era muito cedo para dizer que uma melhor organização poderia ter salvado vidas.

Ex-refúgio, o hotel foi inaugurado em 1972 antes de ser transformado há 10 anos em um elegante hotel 4 estrelas, uma reestruturação que foi alvo de um inquérito judicial arquivado em novembro. "Em 70 anos, a possibilidade de uma avalanche nunca foi levada em consideração", garantiu à imprensa Massimiliano Giancaterino, ex-prefeito de Farindola, cujo irmão morreu na avalanche. A área não era considerada de risco, confirmou à imprensa Francesco Peduto, presidente do Conselho Nacional de Geólogos.

Oito mil pessoas mobilizadas na Itália

Duas horas antes da tragédia, o gerente do hotel havia pedido uma intervenção por parte das autoridades em um email descrevendo uma situação "preocupante": Dois metros de neve em torno do hotel, corte de eletricidade e telefone, clientes aterrorizados pelo terremoto na manhã" ...mas o email não fala de risco de avalanche, e nesse dia as autoridades estavam ocupadas em toda a região: centenas de pessoas isoladas por causa das nevascas históricas, circulação de trens interrompida, milhares de casas sem eletricidade... e quatro terremotos de magnitude superior a 5.

Nesta segunda-feira, mais de 8.000 pessoas, incluindo milhares de soldados, continuam mobilizados no centro da Itália para retirar os moradores de áreas de risco, abastecer zonas isoladas e restabelecer a eletricidade, telefone ou gás.

 

informações da AFP
 

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