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Alemanha pede a Trump que não ameace coesão europeia e que desconfie da Rússia

A Alemanha e vários dirigentes europeus pediram aos Estados Unidos, nesta sexta-feira (17), que não ameace a coesão da União Europeia e que desconfie da Rússia, enquanto funcionários americanos de alto escalão tentavam tranquilizar seus sócios sobre as intenções de Washington.

O secretário americano da Defesa, James Mattisa, é recebido pela ministra alemã da Defesa, Ursula van de Leyen
O secretário americano da Defesa, James Mattisa, é recebido pela ministra alemã da Defesa, Ursula van de Leyen Reuters
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Em Munique, onde ocorre uma reunião anual de representantes de governos e especialistas em segurança, a ministra alemã da Defesa, Ursula van de Leyen, respondeu com firmeza ao presidente americano, Donald Trump.

Em diferentes ocasiões, o magnata nova-iorquino se alegrou com a crise deflagrada pelo Brexit e qualificou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como uma organização "obsoleta".

"Nossos amigos americanos sabem que seu tom a respeito da Europa e da Otan tem um efeito direto na coesão da Europa. Uma UE estável interessa aos Estados Unidos", declarou Van der Leyen.

O presidente polonês, Andrzej Duda, alertou contra uma "desestabilização da Europa" e considerou que seria "irresponsável" questionar "a relação transatlântica".

Apetite russo

Sobre a Rússia, outro tema que preocupa a Europa, Van der Leyen opinou que Washington não deveria outorgar a mesma confiança a Moscou que a seus aliados ocidentais. Antes de assumir o cargo, Trump havia defendido a necessidade de um tratamento igualitário para o presidente russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

"Não pode haver uma política de equidistância com os aliados e aqueles que questionam nossos valores, nossas fronteiras e o Direito Internacional", disse.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, concordou com ela e afirmou que "seria um erro pensar que o apetite da Rússia se limita à Ucrânia".

Nesse contexto, o secretário americano da Defesa, James Mattis, presente em Munique, quis tranquilizar seus sócios a respeito das intenções de sua administração. "A relação transatlântica continua sendo a melhor defesa contra a instabilidade e a violência", afirmou.

"Estou certo de que vamos reforçar nossa cooperação para fazer frente a quem decidir atacar pessoas inocentes, nossos processos democráticos e nossas liberdades", completou. Nesse sentido, Mattis recebeu o apoio do senador republicano John McCain.

"Sei que há uma profunda preocupação de que os Estados Unidos estejam abandonando a bandeira da liderança. Essa não é a mensagem que ouvirão da boca dos dirigentes americanos aqui", declarou.

Posturas tradicionais

O senador reconheceu que havia uma "desordem" na administração Trump, depois da recente demissão do conselheiro de Segurança Nacional, acusado de ter mentido sobre suas relações com Moscou.

McCain pediu, porém, que prestem mais atenção "ao que o presidente faz e ao que diz".
No dia anterior, em uma reunião dos chefes da diplomacia do G20 em Bonn, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, fez declarações que relembraram as posturas tradicionais de seu país no âmbito internacional.

Tillerson suavizou a vontade de aproximação com Moscou, prometendo que, na cooperação com a Rússia, Washington "defenderia seus interesses e seus valores, assim como os de seus aliados".
Sobre o conflito sírio, os europeus também obtiveram respostas satisfatórias.

Segundo uma fonte ocidental, Tillerson explicou que "não haverá cooperação militar com os russos, enquanto não se distanciarem da postura de Damasco", que considera como "terroristas" todos os grupos armados da oposição.

"Comprovamos esta manhã que estamos todos de acordo", declarou o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.

Tillerson também apoiou as negociações promovidas pela ONU em Genebra para buscar uma solução política para a guerra na Síria, enquanto Moscou organiza outras conversas sobre o conflito no Cazaquistão.
 

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