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Alemanha

Merkel sai fortalecida de eleição vista como teste para chanceler

O partido conservador de Angela Merkel venceu claramente neste domingo (26) a eleição regional no estado de Sarre com ao menos 40,4% dos votos. O resultado representa um balde de água fria nas aspirações dos social-democratas alemães.

Annegret Kramp-Karrenbauer, candidata da CDU na Sarre, comemora vitória de seu partido
Annegret Kramp-Karrenbauer, candidata da CDU na Sarre, comemora vitória de seu partido REUTERS/Kai Pfaffenbach
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A União Democrata Cristã (CDU) de Merkel governa atualmente a região, mas os social-democratas do SPD desejavam reconquistar o governo desse estado, que tem forte tradição operária e do setor de mineração.

As últimas pesquisas apontavam uma pequena vantagem da CDU (34% a 37%) sobre o SPD (32%), com o partido de extrema-esquerda Die Linke na terceira posição. Mas os social-democratas terminaram muito longe nesta eleição considerada um teste, com pouco mais de 30% dos votos, segundo os canais públicos ARD e ZDF.

Essa primeira consulta serve para medir a capacidade real do novo líder dos social-democratas, Martin Schulz, de desestabilizar nas eleições legislativas de setembro a chanceler Angela Merkel, há 12 anos no poder. O SPD recuou em relação aos resultados da última eleição para renovar o parlamento regional em Sarre, em 2012, quando teve 30,6% dos votos. "Não foi um bom resultado para nós (...) mas isso não quer dizer que não ganhamos em nosso objetivo de mudança na chancelaria" em setembro, ressaltando que as eleições são "uma maratona, não um sprint", disse Schulz.

O ministro social-democrata da Justiça, Heiko Maas, admitiu "uma decepção" para seu partido. "Esperávamos mais", afirmou.

As pesquisas de boca de urna dos canais de televisão locais mostram que o SPD foi penalizado em Sarre pela perspectiva de uma aliança com a esquerda radical, surgida do ex-partido comunista da RDA, que assusta a parte do eleitorado. "Isso claramente nos prejudicou", reconheceu Maas.

Embora as consequências deste resultado sejam relativas – pois Sarre só tem 800 mil habitantes, apenas 1% da população alemã –, a região estava sendo observada com atenção, como uma prévia das legislativas de 24 de setembro.

Novo fôlego para Merkel

O resultado dá novo fôlego e fortalece a chanceler, que sofreu nos últimos meses o efeito conjunto das críticas da direita contra sua política migratória generosa e o avanço pela esquerda dos social-democratas nas pesquisas do início do ano, após a candidatura de Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu.

Os resultados em Sarre são um revés para Shulz, enquanto as últimas pesquisas nacionais previam uma luta acirrada com o partido democrata-cristão de Merkel, de olho nas legislativas. O "efeito Schulz" em que o SPD apostava, com um discurso claramente de esquerda sobre os assuntos sociais e uma vontade de apresentar-se como um homem "próximo ao povo", mostra assim seus limites, embora provisoriamente.

O SPD esperava pelo menos em Sarre aproximar-se à CDU, para poder, por meio do jogo das alianças, apoderar-se do poder regional, formando coalizão com a esquerda radical do Die Linke. Este último partido obteria entre 13 e 14% dos votos, segundo redes de televisão.

O número somado das cadeiras de ambos os partidos não é o suficiente para uma aliança desse tipo. Além disso, os ecologistas não conseguiram superar o nível mínimo de 5% para entrar no Parlamento regional.
 

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