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Suspeito do atentado com caminhão na Suécia confessa ato terrorista

O principal suspeito do atentado com um caminhão que deixou quatro mortos em Estocolmo na sexta-feira (7), um uzbeque com "simpatia pelos extremistas", reconheceu nesta terça-feira (11), segundo seu advogado, ter cometido "um ato terrorista".

Guardam na porta do tribunal de Estocolmo
Guardam na porta do tribunal de Estocolmo Reuters
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Rajmat Akilov, um operário de 39 anos que vivia em situação irregular, é suspeito de ter avançado, ao volante de um caminhão roubado, contra uma multidão em uma rua de pedestres do centro de Estocolmo, matando quatro pessoas e ferindo outras quinze.

Dois suecos, um britânico e uma belga morreram no atentado. Foi o terceiro ataque em solo europeu em duas semanas, após os ocorridos em Londres (cinco falecidos) e São Petersburgo (treze mortos). Oito feridos seguem hospitalizados em Estocolmo, dois deles em estado crítico.

Akilov, que foi detido horas depois da tragédia, compareceu ante o juiz encarregado de fixar sua detenção até a realização de um julgamento.

"O suspeito"reconhece ter cometido um ato terrorista e aceita sua detenção", declarou Johan Eriksson, seu advogado, na presença de seu cliente, algemado, que não fez declarações.

O homem entrou escoltado em uma sala do tribunal, vigiado por muitos policiais fortemente armados. Os  acessos foram fechados à circulação, medida de segurança sem precedentes na capital sueca.

Portas fechadas

O detido tapava o rosto com um suéter verde, até que o juiz Malou Lindblom pediu que ele parasse. O suspeito não fala bem sueco, e foi necessária a assistência de um intérprete de língua russa.

O comparecimento ocorreu a portas fechadas a pedido da procuradoria, e os jornalistas foram convidados a abandonar a sala. O suspeito será detido à espera do julgamento e pode enfrentar prisão perpétua.

A investigação pode levar "um ano", alertou o diretor adjunto da polícia nacional, Mats Löfving. Akilov havia solicitado um visto de residência em 2014, mas ele foi negado em junho de 2016. Desde então, vivia em situação irregular.

Pai de quatro filhos, vivia sozinho na Suécia, enquanto sua família permaneceu no Uzbequistão, segundo a imprensa local. Trabalhava em empresas de construção.

 

"Ordem" do Estado Islâmico

Os investigadores não vazam nenhuma informação sobre o motivo do atentado ou das filiações ideológicas do detido, mas indicaram que demonstrava interesse pelos grupos extremistas, incluindo o Estado Islâmico.

Segundo os jornais Aftonbladet e Expressen, que citaram fontes próximas ao caso, Akilov afirmou durante sua detenção que havia agido seguindo uma "ordem" direta do grupo Estado Islâmico para vingar "o bombardeio da Síria". O atentado ainda não foi reivindicado.

Akilov pediu que substituíssem seu advogado por outro que fosse "muçulmano sunita", mas a Justiça rejeitou o pedido "por falta de razões válidas", segundo documentos judiciais.

Outro detido, também uzbeque, segundo a imprensa, está detido. A polícia tenta averiguar se ajudou Rajmat Akilov.

Após uma "manifestação pelo amor" que reuniu no domingo até 50 mil pessoas, a Suécia guardou um minuto de silêncio pelas vítimas e realizou uma homenagem na prefeitura de Estocolmo.

O ministro da Justiça, Morgan Johansson, disse que estudará um reforço do sistema judicial antiterrorista.
 

 

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