Os políticos europeus receberam com grande alívio a vitória do centrista Emmanuel Macron sobre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen na eleição presidencial francesa de domingo (7). Na Alemanha, a escolha dos franceses teve um impacto positivo suprapatidário, à exceção da legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Do correspondente da RFI em Berlim
Macron agrada a coalizão no poder em Berlim, composta pelo partido conservador da chanceler Angela Merkel (CDU) e os social-democratas do SPD, assim como outros partidos menores de oposição. O centrista de 39 anos venceu com um programa explicitamente pró-europeu e, embora tenha origem de esquerda, é um político de centro, assim como Merkel.
O presidente eleito se diz a favor da globalização e da imigração. Macron defende tudo aquilo que os populistas de direita condenam.
Os 10 milhões de votos obtidos por Marine Le Pen também preocupam. Agora, Berlim e a União Europeia terão de ajudar o centrista a tirar a França da crise permanente em que o país se encontra, porque ele não conseguirá fazer isso sozinho.
Na Alemanha, a extrema-direita tem se enfraquecido à medida que o problema dos imigrantes passa para segundo plano. Berlim parece ter vencido a crise migratória e Merkel volta a ver sua popularidade subir nas pesquisas. Não existe a possibilidade de a extrema-direita chegar ao poder na Alemanha.
A ameaça maior no momento para Merkel é o social-democrata Martin Schulz. Mas ele também entrou em ligeira queda nas pesquisas, e o partido de Merkel ganhou mais uma contra os social-democratas, ao vencer ontem as eleições no estado de Schleswig-Holstein, na fronteira com a Dinamarca.
Outra preocupação que ganhou relevo são as repetidas tentativas de se influenciar eleições por meio de ataques cibernéticos. A França sofreu ataques cibernéticos semelhantes ao ocorrido contra a campanha de Hillary Clinton nos estados Unidos. Hackers publicaram uma série de e-mails ligados a Macron na véspera do segundo turno das eleições francesas. Tanto o governo quanto partidos de oposição expressaram o temor que isso também possa acontecer na Alemanha, nas eleições gerais de setembro.
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