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Itália desmantela rede mafiosa que desviava dinheiro destinado aos migrantes

A polícia italiana anunciou nesta segunda-feira (15) ter capturado uma rede de mafiosos suspeitos de terem infiltrado e estarem explorando o mercado de serviços de solicitadores de asilo, com a ajuda de uma associação católica.

Imigrantes no Centro de Permanência Temporária (CPT), um campo de refugiados em Lampedusa. 15/02/17
Imigrantes no Centro de Permanência Temporária (CPT), um campo de refugiados em Lampedusa. 15/02/17 ALBERTO PIZZOLI / AFP
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Mais de 500 policiais participaram da batida, nesta madrugada, que prendeu 68 pessoas, suspeitas de diversos delitos: associação a rede criminosa, fraude, desvio de dinheiro público e roubo.

O alvo foi o clã Arena, associado à poderosa máfia calabresa 'Ndrangheta, suspeito do desvio de grandes somas de dinheiro destinadas aos serviços de acolhida de migrantes dos centros de Isola Capo Rizzuto e de Lampedusa.

A polícia de Catanzaro, no sul da Calábria, anunciou que as investigações revelaram que o clâ controlou por mais de dez anos, em benefício próprio, o centro de migrantes da cidade de Isola Capo Rizzuto, um dos maiores do país, que já acolheram mais de 1.500 pessoas.

Entre os detidos, está Leonardo Sacco, o diretor da associação católica Misericordia, administradora oficial do centro. Um padre também foi preso.

Há anos a polícia italiana suspeitava que o dinheiro destinado aos migrantes não estava sendo bem empregado, constatando que o nível dos serviços prestados, como moradia e alimento, não estava à altura das somas depositadas pelo Estado.

Não é só a máfia que é suspeita de corrupção. ONGs internacionais de resgate no mar Mediterrâneo estão sendo investigadas por suspeita de financiamento oculto e conivência com traficantes de seres humanos.

Itália diante da crise migratória

A Itália administra com dificuldade a estadia dos 175.000 migrantes acolhidos em centros repartidos por seu território. Administrados por cooperativas, mas financiados pelo governo, estes centros receberam um total de três bilhões de euros em 2017.

Na Calábria, o clã Arena é constantemente vigiado devido às suas atividades diversificadas. Em 2012, a polícia confiscou mais de 350 milhões de euros em bens pertencentes a esses mafiosos, inclusive um enorme parque eólico.

 

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