Mais de 700 prefeitos protestam em Barcelona para pedir independência da Catalunha
Aos gritos de "votaremos" e de "independência", mais de 700 dos 948 prefeitos da Catalunha protestaram neste sábado (16), em Barcelona, para apoiar a organização do referendo de autodeterminação para essa região do nordeste do país. O voto, marcado para 1° de outubro, é considerado ilegal por Madri.
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Os prefeitos cantaram o hino catalão, "Els segadors", enquanto outros manifestantes, muitos deles com bandeiras separatistas, davam seu apoio do lado de fora da sede do governo: "estamos com vocês!".
Ada Colau, prefeita de esquerda de Barcelona, a capital catalã, mostrou sua "solidariedade" aos prefeitos pró-referendo, recebendo-os na Prefeitura. "É uma vergonha: um Estado incapaz de amparar o povo da Catalunha, um Estado incapaz de oferecer uma resposta política", criticou Ada. No entanto, a prefeita evitou se envolver diretamente na organização do referendo, embora tenha anunciado que os habitantes de Barcelona poderão votar, mas sem explicar como.
Separatistas são maioria no Parlamento regional
Mais de dois terços dos prefeitos da Catalunha se comprometeram a ceder locais em suas jurisdições para votar no referendo convocado pelo governo regional. A consulta foi declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional e conta com a oposição do governo de Madri.
Os separatistas são maioria no Parlamento regional desde 2015, mas a sociedade catalã se mostra muito dividida diante da independência, segundo as pesquisas. Nas eleições regionais de setembro de 2015, os partidos separatistas obtiveram 47,6% dos votos. Os defensores da permanência na Espanha somaram 51,28%.
Em meio à polêmica, 70% dos catalães são a favor de resolver a questão por meio de um referendo.
Na noite de sexta-feira (15) em Barcelona, o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, alertou os separatistas para que "não subestimem a força da democracia espanhola". Em resposta, o presidente catalão, Carles Puigdemont, disse ao receber os prefeitos que não se deve subestimar a força do povo da Catalunha, “que optou por decidir".
Na quarta-feira (13), a Procuradoria-Geral da Espanha ordenou aos procuradores da Catalunha que convoquem judicialmente – na qualidade de "investigados" – os prefeitos dispostos a cooperar com a "organização do referendo ilegal". Caso não compareçam, os representantes poderiam ser detidos.
(Com informações da AFP)
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