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Alemanha

Merkel é vaiada em comício e CDU começa a perder vantagem

Angela Merkel realizou seu último grande comício nesta sexta-feira (22) em Munique. O evento foi marcado por fortes vaias dos opositores. Mesmo se a chanceler alemã continua na liderança, seu partido, o CDU, vem diminuindo a vantagem na reta final da corrida eleitoral.

Angela Merkel teve que enfrentar um público hostil durante seu último comício, em Munique.
Angela Merkel teve que enfrentar um público hostil durante seu último comício, em Munique. REUTERS/Michaela Rehle
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Enviado especial a Berlim

O que deveria ser apenas um comício de celebração do final da campanha e uma demonstração da força e da coesão da União Democrata Cristã (CDU na sigla em alemão) e a União Social-Cristã na Baviera (CSU), acabou se tornando um desafio de última hora para Angela Merkel, que disputa um quarto mandato neste domingo (24). A chefe do governo foi vaiada durante boa parte de seu discurso por grupos opositores e em alguns momentos do evento o público teve dificuldade em entender o que dizia a chanceler.

Desde o início da campanha, os opositores, muitas deles representantes do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha), se misturam ao público para criar confusão. Mais discretos nos primeiros dias, eles vêm se tornando cada vez mais numerosos e barulhentos com a aproximação do dia do voto.

“Estamos vivendo um período de incertezas. Por isso precisamos de uma política que continue beneficiando a Alemanha. Peço que votem para a CDU para termos uma Alemanha forte, uma Alemanha de sucesso”, declarou a candidata em meio às vaias. “Nós temos apenas algumas horas antes do voto”, martelou Merkel.

Essa insistência da chanceler não é apenas um embalo de fim de uma campanha relativamente morna. Apesar de continuarem favoritos, os últimos números mostram que os partidários da CDU e da CSU (seu braço regional) estão menos mobilizados que no início da corrida eleitoral e Merkel, assim como os demais candidatos dos dois partidos, temem que a retórica do “já ganhou” possa ter afetado a mobilização dos eleitores, que se sentiriam menos obrigados a sair de casa para votar no domingo.

Nenhum grande comício está no programa deste sábado, mas a chanceler passou a manhã em seu quartel-general, antes de seguir para o norte do país, onde visita Greifswald. A escolha não é inocente, pois essa é uma das cidades onde os nacionalistas dominam a cena política e também onde o AfD derrotou a CDU nas eleições passadas.

Martin Schulz ainda não jogou a toalha

Enquanto isso, Martin Schulz, o principal rival de Merkel, tenta conquistar os últimos eleitores e ainda não perdeu a esperança de obter bons resultados. O chefe do Partido Social-democrata Alemão (SPD) e ex-presidente do Parlamento Europeu fez um comício em Berlim e prepara outro neste sábado em Aachen, quase na fronteira com a França.

Em seu discurso na capital alemã, o candidato se mostrou mais combativo que nunca. “Este domingo não será um dia banal. Será o momento de impedir que nosso país seja dirigido com uma espécie de frieza social, sem nenhum sentido. A Alemanha borbulha! Não podemos desistir”, clamou Schulz, apesar de estagnar da casa dos 20% de intenções de voto, cerca de 10 pontos percentuais atrás da CDU de Merkel.

Para mobilizar os eleitores indecisos, mas também aqueles que não pretendiam votar, o ex-presidente do Parlamento Europeu também criticou diretamente a AfD da extrema-direita que, segundo ele, adota um discurso retrógrado, saído do século 20. “Eles se chamam Alternativa para a Alemanha, mas não são uma alternativa, e sim uma vergonha para o país”.

O partido populista AfD, que construiu uma campanha baseada principalmente na xenofobia, continua subindo nas pesquisas de opinião, com mais de 10% de intenções de voto, e pode ser a terceira legenda mais votada de domingo. Ele disputa essa posição com o Die Linke, a esquerda-radical, e Partido Democrático Liberal (FDP na sigla em alemão), ambos também na casa dos 10%.

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