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Alemanha

Alemães vão às urnas nas legislativas que podem dar 4° mandato para Merkel

Cerca de 61 milhões de eleitores foram convocados neste domingo (24) para eleger o novo Parlamento alemão. Após uma campanha sem grande suspense, que anunciava desde o início a vitória do partido da chanceler Angela Merkel, a corrida eleitoral foi marcada pelo sucesso da extrema-direita, que pode entrar no Bundestag pela primeira vez na história.

Mais de 60 milhões de eleitores foram convocados para votar neste domingo.
Mais de 60 milhões de eleitores foram convocados para votar neste domingo. REUTERS/Fabrizio Bensch
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Enviado especial a Berlim

As zonas eleitorais abriram suas portas às 8h da manhã (3 horas em Brasília) nos 299 distritos do país. Os alemães terão até as 18h para eleger seus cerca de 600 deputados.

O sistema eleitoral alemão é complexo. Quando os eleitores entram na cabine de votação, encontram uma cédula dividida em duas colunas: uma, para o representante direto em seu distrito local; e outra, para o partido político que escolhem.

A cédula eleitoral na Alemanha é dividida em duas colunas: uma para os candidatos regionais e outra, à direita, para os partidos.
A cédula eleitoral na Alemanha é dividida em duas colunas: uma para os candidatos regionais e outra, à direita, para os partidos. commons.wikimedia.org

A primeira votação serve para que cada um dos 299 distritos alemães tenha representação no Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento. Na segunda, crucial, os cidadãos votam em um partido.

A legenda que recebe mais votos consegue mais deputados no Bundestag. Mas além dos candidatos de cada distrito, um dispositivo proporcional reequilibra a presença dos partidos completando a formação do Parlamento. Por este motivo, o número de deputados pode superar as 598 oficiais. Após as eleições de 2013, a Câmara teve 630 cadeiras.

Outra norma estabelece que as legendas que não superam 5% na votação dos partidos ficam fora do Parlamento. A medida tem o objetivo de evitar uma excessiva fragmentação política. Este ano, tanto os liberais do FDP, que ficaram de fora no último pleito, quanto o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que bateu na trave com 4,7% em 2013, esperam superar essa barreira.

Índice de participação

Nas eleições passadas, 71,5% dos inscritos votaram. O índice é bem superior ao registrado na maioria dos países do Ocidente. Mas desta vez, os especialistas temem uma mobilização menor dos eleitores, após uma campanha que anunciava a vitória esmagadora de Angela Merkel, e que pode ter desmotivado os alemães.

Por essa razão, até o último minuto a chanceler e seu principal rival, o ex-presidente de Parlamento Europeu Martin Schulz, tentaram mobilizar os eleitores.

As últimas pesquisas prevêem entre 34% e 36% de intenções de voto para os conservadores do bloco formado pela União Democrata Cristã (CDU na sigla em alemão) e pela União Social-Cristã na Baviera (CSU), o braço regional do partido. Eles são seguidos pelo Partido Social-democrata Alemão (SPD), a legenda de Schulz, com 21% ou 22%.

A dúvida agora é para o terceiro colocado, com três partidos na casa dos 10%: os liberais do FDP, a esquerda radical do Die Linke e, principalmente, os populistas conservadores do AfD, que se destacaram com uma campanha anti-imigração e podem entrar pela primeira vez no Bundestag.

Angela Merkel deve continuar no poder, mas com resultados tão segmentados, terá que formar uma coalizão desta vez não com dois, mas com três partidos. Como ela já avisou que não pretende se unir aos partidos radicais, de esquerda ou de direita, a chefe do governo pode se unir com os Verdes, mas as chances são grandes de que o FDP se torne seu terceiro aliado, ao lado do SPD.

As estimativas de resultado serão divulgadas a partir das 18h (13h em Brasília).

(Com informações da AFP)

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