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CATALUNHA/CRISE

Espanha pede dissolução de Parlamento catalão e novas eleições

O governo do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy solicitou nesta sexta-feira (6) aos separatistas catalães que dissolvam seu Parlamento e convoquem eleições na região para superar a crise entre Madri e Barcelona, que ameaça declarar a independência unilateralmente.

O porta-voz do governo espanhol, Íñigo Méndez de Vigo, durante coletiva de imprensa em Madri, em 6 de outubro de 2017.
O porta-voz do governo espanhol, Íñigo Méndez de Vigo, durante coletiva de imprensa em Madri, em 6 de outubro de 2017. REUTERS/Javier Barbancho
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"Seria bom começar a fechar a ferida por meio do Parlamento da Catalunha (...) através de eleições regionais", afirmou Íñigo Méndez de Vigo, porta-voz do governo, em uma coletiva de imprensa realizada no final do Conselho de Ministros desta sexta-feira (6).

O pedido do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy chega acompanhado da pressão das agências financeiras internacionais, que ameaçam baixar a nota da Catalunha. Depois da advertência da agência de classificação financeira SP Global Ratings, que colocou a nota da dívida da Catalunha sob vigilância negativa, é a vez da agência Fitch considerar a possibilidade.

O governo espanhol adotou também nesta sexta-feira um decreto que facilita que as empresas catalãs, preocupadas por uma possível declaração de independência, mudem sua sede social da região. Em um comunicado, o ministério da Economia indicou que o decreto responde "à demanda de amplos setores empresariais diante das dificuldades surgidas para o desenvolvimento normal de sua atividade em uma parte do território nacional".

Evasão das empresas: a pressão econômica do governo espanhol

Nos últimos dias, várias companhias retiraram sua sede social da Catalunha, entre elas o banco Sabadell, o segundo mais importante da região. "Isso não é culpa das empresas, é culpa de uma política irresponsável, que gera incerteza, que gera inquietude", comentou o ministro da Economia Luis de Guindos à imprensa local.

O ministro criticou os separatistas catalães, que realizaram um referendo de autodeterminação no último domingo apesar da proibição da justiça. "As políticas irresponsáveis" do executivo catalão são algo que "gera alarme, gera incerteza, e isso é o que de pior pode ter no mundo empresarial", acrescentou Guindos.

Dentro deste contexto, os bancos espanhóis não tardaram a reagir. O CaixaBank reuniu nesta sexta-feira seu Conselho de Administração para discutir uma possível mudança de sua sede da Catalunha, a exemplo do Banco de Sabadell.

Chefe da polícia catalã se apresenta à Justiça espanhola

O chefe da polícia catalã, Josep-Lluis Trapero, se apresentou à Justiça nesta sexta-feira (6), acusado de insurreição, junto com a intendente Teresa Laplana, e os líderes indepedentistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, dirigentes de duas associações independentistas catalãs.

A acusação contra eles está relacionada às manifestações dos dias 20 e 21 de setembro em Barcelona, quando manifestantes bloquearam guardas civis em um prédio durante horas e danificaram viaturas de polícia. Eles teriam sido coniventes com os manifestantes.

Os acusados deixaram na tarde de sexta-feira a Audiência Nacional de Madri e não foram condenados, mas a audiência aumenta ainda mais a crise entre o governo regional da Catalunha e Madri.

Está marcada para este domingo, 8 de outubro, uma manifestação em Barcelona dos não-independentistas. Convocado pela organização Sociedade Civil Catalã, o ato cívico tem como lema "Basta! Recuperemos a sensatez".

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