Acessar o conteúdo principal

De mago a independentista, a trajetória do presidente da Catalunha Carles Puigdemont

Nascido em 29 de dezembro de 1962, na cidade espanhola de Gerunda de Amero, o presidente da Catalunha Carles Puigdemont Casamajó tem uma vida marcada pela militância independentista. Neto e filho de padeiros e proprietários de uma tradicional padaria em sua cidade natal, Puigdemont escolheu não seguir a vocação familiar. 

O presidente regional catalão, Carles Puigdemont.
O presidente regional catalão, Carles Puigdemont. REUTERS/Yves Herman
Publicidade

Quando criança, sonhava em ser astronauta e chegou a ser baixista de uma banda durante a juventude. Carles Puigdemont estudou em um colégio interno no nordeste da Catalunha e era conhecido pelos colegas de internato como um menino "suspeito e bastante estranho", por ser obcecado por rituais de magia e de necromancia, uma forma de adivinhação através dos mortos.

Na verdade, o homem que hoje quer romper com a Espanha tem raízes andaluzas. O seu avô materno, Carles Casamajó Ballart, exilou-se para a França onde casou-se com Manuela Ruiz, nascida na cidade espanhola de Jaén, depois emigraram para a Catalunha.  

Carles Puigdemont fala catalão, espanhol, inglês, francês e aprendeu romeno com sua esposa. Separatista convencido, considerado radical e até fanático por seus opositores políticos. Mas para muitos ele é visto como um homem simples, mas bastante enérgico quando se trata de defender suas convicções. 

Vida pessoal "quase obscurantista" 

O presidente catalão compartilha com sua esposa, a jornalista romena Marcela Topor, a paixão pela transcendência espiritual. Eles se conheceram em um festival de teatro, onde ela atuava como atriz. Quinze anos mais nova do que Carles, ela deixou seu país natal em busca de trabalho. Pais de duas meninas, Magali e Maria, eles são conhecidos pelo círculo de amigos, muito escassos, como um casal muito fechado, quase obscurantista. 

Desde que foi eleito presidente da Generalitat, o parlamento Catalão, em janeiro de 2016, ele nunca quis passar a noite em La Casa dels Canonges, residência oficial dos presidentes catalães. Puigdemont viaja diariamente mais de cem quilômetros que separam a sede do governo de sua residência localizada na cidade de Alta Girona.

A preocupação com a imagem da Catalunha no exterior 

Puigdemont estudou filologia catalã, mas deixou o curso para dedicar-se ao jornalismo. Aos 16 anos, se tornou cronista esportivo do jornal "The Sites", em Gerona. Mais tarde, ele foi promovido a editor-chefe do jornal "El Punt" e da revista "Presencia". 

Em 1994, ele apresentou seu livro "Cata ... què?", Catalunha vista pela imprensa internacional. Em 1999 participou da criação da Agência Catalã de Notícias (ACN), que dirigiu até 2002. Em 2004, voltou ao jornalismo, à frente do Catalonia Today, um jornal catalão em língua inglesa, apoiado por subsídios públicos da Generalitat da Catalunha

Como jornalista, Carles sempre se preocupou em avaliar como a Catalunha era percebida no exterior e se engajou a incorporar novas tecnologias nos meios de comunicação de massa. Não em vão, 'Puigdi' (apelido dado pelos amigos) será o primeiro presidente da Generalitat com sua própria conta na internet sob o domínio @KRLS.

De ativista à presidência da Catalunha 

Em 1980, iniciou o seu ativismo político marcado pelo independentismo ao participar de sua primeira convenção partidária. O começo de sua militância se concretizou no apoio à Crida a la Solidaritat, na fundação dos Jovens CDC (Convergência Democratica da Catalunha) nas regiões de Girona e na organização de atos de apoio aos independentistas detidos na operação Garzón, em 1992.

Em 2006, Puigdemont embarcou definitivamente na política quando se tornou membro do CDC no Parlamento da Catalunha. Foi eleito prefeito de Girona em 2011, encerrando mais de 30 anos de socialismo e depois se tornou chefe da Associação de Municípios Independentes, em julho de 2015. Ele se tornou uma figura líder na causa catalã e o candidato ideal para juntar as duas formações políticas opostas no parlamento, mas que se uniram pela luta da independência da Catalunha. 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.