Presidente de parlamento catalão passa noite na cadeia e é libertada sob fiança
Carme Forcadell, presidente do parlamento da Catalunha saiu da prisão nesta sexta-feira (10) depois de pagar uma fiança, um dia depois de ter sido presa na investigação por rebelião por seu papel no movimento separatista catalão, informou o ministério do Interior espanhol.
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O porta-voz do ministério confirmou a libertação de Forcadell, que pouco antes teve fixada a fiança de €150 mil para abandonar a prisão de Alcalá Meco, na periferia de Madri, onde passou a noite. A presidente do parlamento teve a prisão decretada na noite de quinta (9), enquanto outros quatro deputados regionais acusados pelos mesmos crimes já se encontravam em liberdade sob fiança depois de se comprometeram a depositar €25 mil em caução em uma semana. Um quinto deputado está livre sem medidas cautelares.
Dois dias depois da greve na Catalunha para pedir a libertação desses dirigentes, Forcadell e outros cinco deputados foram interrogados pelo juiz Pablo Llarena sobre seus papeis no processo separatista lançado nesta região.
Crise sem precedentes
A Procuradoria os acusa de rebelião, sedição e desvio de fundos por terem planejado "uma estratégia combinada a declarar a independência" no Parlamento, apesar da proibição do Tribunal Constitucional (TC), que pediu a Forcadell que não permitisse iniciativas sobre a secessão.
Mesmo assim, a Câmara regional aprovou a declaração de independência, em 27 de outubro, que provocou o auge de uma crise sem precedentes na história moderna do país. Em seu depoimento, Forcadell defendeu que, como presidente do Parlamento, não tem "liberdade para impedir votações" e que o TC não pode censurar previamente o debate parlamentar, relatou um porta-voz.
O presidente catalão recentemente destituído, Carles Puigdemont, evitou ser mandado para a prisão ao viajar para a Bélgica há dez dias junto com quatro de seus ministros e, agora, todos aguardam a decisão da Justiça belga a um pedido de extradição da Espanha.
Sem apoio europeu
O objetivo dessa viagem era deslocar a crise catalã ao coração da Europa, que continua lhes dando as costas, como deixou claro na quinta-feira o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Jucnker, na Universidade de Salamanca. "O nacionalismo é um veneno que impede que a Europa viva junta", afirmou Juncker, que foi nomeado doctor honoris causa em um ato com a presença do chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy.
Depois do referendo, que asseguraram ter vencido com 90% dos votos e uma participação de 43%, os separatistas proclamaram uma República Catalã que não foi reconhecida por nenhum país. O governo espanhol destituiu o Executivo de Puigdemont e dissolveu a Câmara regional, entre outras medidas para assumir o controle da Catalunha.
Penas de até 30 anos
Os independentistas estão sujeitos a penas de até 30 anos de prisão por rebelião e de 15 anos por sedição, e oito deles já estão atrás das grades. Militantes os consideram "presos políticos", mas a organização de direitos humanos Anistia Internacional descartou esse rótulo, por enquanto, observando que "eles são acusados de ações que podem constituir um crime.
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