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Alemanha

Entre moderados e radicais, extrema-direita alemã elege novo líder

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se reúne neste fim de semana para eleger sua nova cúpula, disputada por moderados e radicais, em meio a fortes medidas de segurança pelos protestos previstos contra o partido anti-imigrantes.  A entrada do AfD no Bundestag, após obter 12,6% dos votos nas eleições legislativas de 24 de setembro, foi um terremoto político na Alemanha.

Alexander Gauland, de 73 anos, representa a ala radical do partido de extrema-direita AfD.
Alexander Gauland, de 73 anos, representa a ala radical do partido de extrema-direita AfD. REUTERS/Hannibal Hanschke
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O AfD, nascido em 2013, obteve 92 cadeiras, algo nunca visto na Alemanha para uma formação populista com essas características desde a Segunda Guerra Mundial. O partido também está presente em 14 dos 16 parlamentos regionais.

Avalizados pelos resultados, cerca de 600 delegados se reúnem na cidade de Hanover, norte do país, para designar sua nova cúpula e estabelecer um novo roteiro político para atingir seu objetivo de se tornar a principal formação de oposição ao partido de Angela Merkel. Há dois meses, o partido vem se beneficiando das dificuldades da chanceler, cujo partido ganhou as eleições, mas com um resultado historicamente baixo, o que faz com que esteja complicado formar uma maioria para governar.

Após o fracasso dos diálogos com os Verdes e com os Liberais, Merkel agora tenta convencer os social-democratas, seus sócios da coalizão. Estes "jogos patéticos" são "bons para nós" e "nos proporcionam mais partidários", comemorou o atual líder do AfD, Jörg Meuthen, em seu discurso de abertura.

Espera-se que cerca de 8.500 manifestantes contra o partido se reúnam na cidade durante o fim de semana para denunciar sua política anti-imigração. No início do congresso, no sábado (2) de manhã, centenas de manifestantes tentaram bloquear o acesso, e a polícia os dispersou com jatos d'água. Várias pessoas ficaram feridas.

Durante o dia, mais de 5.000 manifestantes marcharam no centro de Hanover para defender a política migratória de Merkel, que se traduziu na chegada de mais de 1 milhão de solicitantes de asilo desde 2015. Para o AfD, o desafio será tentar suavizar as tensões internas entre a ala mais radical e os moderados.

Prova disso é a renúncia, no dia seguinte das eleições legislativas, da copresidente da formação, Frauke Petry, contrária à radicalização. Neste fim de semana, será decidido quem ocupará a segunda vaga na liderança, junto ao atual copresidente, o economista e deputado Jörg Meuthen.

A ala moderada quer impulsionar a candidatura do líder de Berlim, Georg Pazderski, um ex-coronel do Exército alemão. Mas os setores mais nacionalistas querem eleger um político com posições mais "duras", como Gauland, 73 anos, que defende, entre outras cosas, que a Alemanha abandone o consenso em torno do arrependimento sobre os crimes dos nazistas.

Com informações da AFP

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