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Polêmica

UE critica exclusão de opositor de Putin de eleições na Rússia

A União Europeia (UE) se posicionou nesta terça-feira (26) contra a exclusão de Alexei Navalny, principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin, das eleições presidenciais russas, que acontecem em março de 2018.

Alexei Navalny, no último domingo (24), ao apresentar sua candidatura às eleições presidenciais russas.
Alexei Navalny, no último domingo (24), ao apresentar sua candidatura às eleições presidenciais russas. REUTERS/Tatyana Makeyeva
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Em comunicado, o serviço de Relações Exteriores da UE indica que a exclusão de Navalny do pleito coloca em dúvida a natureza das próximas eleições presidenciais no país. O documento destaca que a decisão da comissão eleitoral deixa em dúvida se há "pluralismo político na Rússia", além de questionar o aspecto democrático das eleições.

A diplomacia da União Europeia lembra que Alexei Navalny não se beneficiou de um processo justo em 2013, quando o candidato da oposição foi condenado por desvio de fundos públicos num caso que data de 2009. A entidade também faz um apelo para que as autoridades russas garantam um patamar de diversidade nesta eleição.

Kremlin defende exclusão de opositor

Mais cedo, o governo russo defendeu a legitimidade das eleições presidenciais, mesmo depois da impugnação da candidatura do opositor. "O fato de que, em virtude da lei, uma pessoa que deseja ser candidato não possa se apresentar não afeta de forma alguma a legitimidade da eleição", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

Já Navalny, em um vídeo publicado na internet, se pronunciou na segunda-feira (25) sobre a decisão da comissão eleitoral russa de exclui-lo do pleito e pediu que a população boicote a votação. "O processo ao qual fomos convocados não é uma eleição. Apenas Putin e os candidatos que ele escolheu, que não representam qualquer ameaça, poderão participar", declarou.

A impugnação foi anunciada na segunda-feira, algumas horas depois que Navalny apresentou sua candidatura, no domingo (24). A decisão era previsível, uma vez que a comissão já havia advertido em várias ocasiões que o opositor não poderia concorrer a um cargo eletivo antes de 2028 devido a uma condenação judicial por desvio de fundos públicos.

Navalny, de 41 anos, foi condenado pela justiça em várias ocasiões e este ano passou por curtos períodos de detenção por organizar manifestações não autorizadas pelo governo. O líder opositor mantém sua campanha há meses, o que lhe permitiu estabelecer uma base leal de partidários, a maioria jovens, graças a vídeos virais que denunciam a corrupção das elites.

Em março e junho, o opositor também organizou protestos de uma escala sem precedentes desde as manifestações em 2011 e 2012, que resultaram em centenas de prisões. Sua popularidade, no entanto, ainda está longe de alçancar a de Putin, aprovado por cerca de 80% dos russos, de acordo com as últimas pesquisas.

Putin deve se eleger facilmente

O presidente russo, que chegou em 2000 à presidência de um país instável político e economicamente, é elogiado por muitos cidadãos russos por ter trazido prosperidade, principalmente graças ao petróleo, e por colocar a Rússia de volta no cenário internacional.

Há 18 anos no poder, Putin tem vitória quase garantida na votação e deve permanecer na presidência até 2024. Mas, diante da ausência de seu principal opositor, alguns especialistas preveem que a abstenção nas eleições será elevada, o que enfraqueceria a legitimidade do resultado.

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