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Europa

Frente fria cobre praias de neve e já matou mais de 40 pessoas na Europa

A frente fria proveniente da Sibéria, que atinge a Europa desde o fim de semana, continua causando mortes no continente. Um novo balanço nesta quarta-feira (28) mostra que 41 pessoas morreram em decorrência do frio desde a última sexta-feira. Fato raro, algumas praias do Mediterrâneo amanheceram cobertas de neve.

Lago congelado da cidade suíça de Le Pont se transforma em pista de patinação com a espessa camada de neve.
Lago congelado da cidade suíça de Le Pont se transforma em pista de patinação com a espessa camada de neve. REUTERS/Denis Balibouse
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Com temperaturas glaciais, de até 24 graus negativos em algumas regiões da Alemanha e de -29º C durante a noite na Estônia, as autoridades fizeram advertências sobre a população mais vulnerável, como idosos e sem-teto. Várias cidades criaram refúgios de emergência e assistência para os mais necessitados.

A Polônia é o país que registra mais mortes em consequência da onda de frio, com dezoito vítimas fatais, seguida pela República Tcheca, com seis, a Lituânia, com cinco, a França e a Eslováquia, com quatro, incluindo um homem de 90 anos que foi encontrado sem vida na terça-feira na entrada de um asilo.

Duas pessoas morreram na Itália e uma na Romênia – uma mulher de 83 anos que foi encontrada na rua, coberta de neve. Desde o início de fevereiro, a Estônia registrou sete mortes por causa das baixas temperaturas.

França: 6 graus negativos em Paris

Nesta quarta-feira, a previsão para a França é de 12 graus negativos na região norte do país e -6ºC no sul. Em Biarritz, no sudoeste, as praias da cidade amanheceram cobertas por um manto branco. O aeroporto local teve de ser fechado para pousos e decolagens.

A Espanha deve registrar mais nevascas, incluindo a Catalunha, onde o transporte escolar foi cancelado. Em cinco ilhas do arquipélago das Canárias as autoridades suspenderam as aulas por um alerta de fortes ventos.

Enquanto no Ártico são registradas temperaturas acima de zero, um recorde de máxima, a onda de frio que afeta a Europa levou neve inclusive a ilhas do Mediterrâneo, como na Córsega e Capri. Na Córsega, que costuma ter neve em seus picos montanhosos durante o inverno, mas raramente à beira-mar, as crianças brincavam de atirar bolas de neve nos pedestres e carros que circulavam na capital, Ajaccio.

Pedido de cobertores

Algumas cidades belgas, como Etterbeek e Charleroi, autorizaram a polícia a deter os sem-teto que se recusam a seguir para os abrigos.

A Cruz Vermelha, que mobilizou equipes de emergência em toda a Europa, fez um apelo para que as pessoas fiquem atentas aos vizinhos e parentes. "O simples fato de bater na porta de alguém para comprovar que tem todo o necessário pode fazer uma grande diferença. Pode, inclusive, ser a diferença entre a vida e a morte", afirmou a organização.

A Cruz Vermelha também iniciou uma campanha para arrecadar 10.000 cobertores na França. De acordo com um censo realizado na semana passada, pelo menos 3.000 pessoas dormem nas ruas de Paris.

"Urso siberiano"

Na Inglaterra, onde uma forte nevasca afetou Londres na terça-feira, os tabloides batizaram a onda de frio de "A fera do leste" , enquanto os holandeses optaram por "urso siberiano", que para os suecos é o "canhão de neve" e para os franceses "o corredor Moscou-Paris". A companhia aérea British Airways cancelou 60 voos com pouso ou decolagem do aeroporto de Heathrow.

A meteorologia britânica informou que algumas comunidades rurais podem ficar isoladas durante vários dias pela neve e alertaram sobre a possibilidade de "longas interrupções no fornecimento de energia elétrica e de outros serviços como as redes de telefonia".

A Itália também sofre com as temperaturas gélidas. Muitas escolas permaneceram fechadas e o serviço nacional de ferrovias registrou interrupções pela falta de equipamentos para retirar a neve, o que obrigou alguns funcionários a limpar as vias com as mãos.

A empresa russa Gazprom, principal fornecedora de gás na Europa, afirmou que nos últimos seis dias enviou quantidades recordes ao continente, com um pico de 667 milhões de metros cúbicos na segunda-feira.

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