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Skripal

OPAQ confirmou identidade de agente neurotóxico que envenenou ex-espião russo

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) confirmou nesta quinta-feira (12) a descoberta do governo britânico sobre a identidade do veneno utilizado contra um ex-espião russo e sua filha na Inglaterra, empurrando Londres a reiterar suas acusações contra a Rússia.    

Inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) no local onde o ex-espião russo Sergei Skripal foi envenenado. Salisbury, Inglaterra, em 21 de março de 2018.
Inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) no local onde o ex-espião russo Sergei Skripal foi envenenado. Salisbury, Inglaterra, em 21 de março de 2018. REUTERS/Peter Nicholls/File Photo
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"Os resultados da análise realizada pelos laboratórios designados pela OPAQ (...) confirmam as conclusões do Reino Unido em relação à identidade do agente químico tóxico usado em Salisbury que feriu gravemente três pessoas", disse a organização em um comunicado divulgado em Londres. A substância química é de "alta pureza", disse, sem estabelecer responsabilidades.  

O governo britânico designou a substância como um agente de inervação de tipo militar da família Novitchok, e responsabilizou Moscou pelo ataque ao ex-agente duplo russo Sergei Skripal, 66, e sua filha Yulia, 33, no dia 4 de março em Salisbury.   

Para permitir que a OPAQ realizasse suas próprias análises, a Justiça britânica havia autorizado em março a coleta de amostras de sangue dos Skripal, bem como de um policial britânico que havia sido envenenado ao resgatá-los.  

Moscou nega categoricamente qualquer envolvimento, denunciando a "provocação" do Ocidente e uma "campanha antirrussa". O caso provocou uma grave crise diplomática entre Moscou e o Ocidente, que resultou na maior onda de expulsões cruzadas de diplomatas da história.    
 
Esperando "respostas" do Kremlin      

Com base nessas conclusões, Londres reiterou na quinta-feira (12) suas acusações contra Moscou.  

"Não pode haver dúvida sobre o que foi usado e não há explicação alternativa sobre o responsável - apenas a Rússia tem os meios, o motivo e a experiência na matéria", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, em um comunicado.    

"Nós nunca duvidamos da análise conduzida por nossos cientistas de Porton Down", disse, referindo-se ao laboratório militar britânico que  identificou o veneno, acrescentou. "O Kremlin deve fornecer respostas", desafiou o ministro.    
O chefe da diplomacia convocou uma reunião da OPAQ em 18 de abril para "estudar os próximos passos".    

"Trabalharemos incansavelmente com nossos parceiros para impedir o uso inaceitável de tais armas e convocamos uma sessão do Conselho Executivo da OPAQ para a próxima quarta-feira", disse ele.    

A OPAQ esclareceu que o nome e a estrutura do produto químico identificado constavam no relatório de classificação completo disponível para os Estados-membros. No início de abril, a Rússia não conseguiu convencer a organização a incluí-la na investigação sobre o envenenamento de Skripal e levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU.  

Em setembro de 2017, o presidente Vladimir Putin declarou que a Rússia havia destruído suas últimas reservas de armas químicas herdadas da Guerra Fria, de acordo com os termos da Convenção de 1997 sobre a Proibição de Armas Químicas.  

Yulia Skripal conseguiu sair do hospital na segunda-feira (9), um mês e meio depois de ter sido internada em estado grave. O policial ferido já havia saído do hospital.    

A condição de seu pai está melhorando constantemente, mas ele permanece hospitalizado, segundo os médicos seguem o caso. Yulia tinha vindo da Rússia para visitá-lo em Salisbury, onde o ex-espião vive depois de ter sido objeto de uma troca de prisioneiros com Moscou em 2010, enquanto cumpria uma sentença de 13 anos de prisão por colaborar com serviços britânicos.

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