Moscou nega ter impedido acesso de especialistas em armas químicas a Duma, na Síria
A Rússia e a Síria impendem, intencionalmente, o trabalho dos investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) nos arredores de Damasco? É a acusação feita nesta segunda-feira (16), por Londres e Washington.
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Com informações de Daniel Vallot, correspondente da RFI em Moscou
O Kremlin nega. Após os ataques feitos na noite de sexta-feira (13) para sábado (14) pelos Estados Unidos, França e Reino Unido, a guerra de palavras continua entre a Rússia e os países ocidentais.
A declaração do porta-voz do Kremlim é clara: Moscou rejeita categoricamente as acusações formuladas pelo Reino Unido. Para Dmitri Peskov, são afirmações sem qualquer fundamento. O governo russo acrescenta que a Rússia não só não tem a intenção de atrapalhar o trabalho da OPAQ, como também já se pronunciou em favor de uma investigação imparcial.
A fúria de Moscou é consequência também de outras acusações mais graves, dessa vez vindas de Washington. De acordo com o representante americano na OPAQ, a Rússia teria agido em campo, em Duma, para sumir com elementos incriminadores contra o regime sírio.
"Encenação", diz Rússia
Nessa guerra de acusações, a Rússia também ataca: hoje, o embaixador russo junto à OPAQ afirma ter provas irrefutáveis, segundo ele, da participação de Washington e Londres no que ele chama de “armação” de um ataque químico no dia 7 de abril. Segundo Alexander Chourgin, trata-se de uma invenção dos serviços secretos britânicos.
Diante da pressão, a embaixada da Rússia declarou no final da tarde que os investigadores da OPAQ terão acesso a Duma na quarta-feira (18). Segundo as autoridades russas, a entrada dos especialistas foi impedida por motivos de segurança, pois as estradas precisavam ser desminadas.
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