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Itália

Giuseppe Conte, um professor sem experiência política, é indicado para governar a Itália

Dois meses e meio depois das eleições legislativas, o Movimento 5 Estrelas (M5E) e a ultradireitista Liga propuseram nesta segunda-feira (21), de forma conjunta, o acadêmico Giuseppe Conte para chefiar o primeiro Executivo antissistema da Itália. O presidente do país, Sergio Mattarella, pediu um prazo para analisar a proposta.  

Giuseppe Conte (d) junto com o líder do M5E, Luigi Di Maio.
Giuseppe Conte (d) junto com o líder do M5E, Luigi Di Maio. Filippo MONTEFORTE / AFP
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Giuseppe Conte é um advogado e professor de direito de 54 anos, com uma carreira acadêmica de prestígio. No entanto, ele se destaca por sua falta de experiência política. Nascido em Volturara Appula, minúscula localidade de 500 habitantes na região de Pulla (sul), Conte havia sido apresentado antes das legislativas de 4 de março pelo M5E como possível ministro encarregado de "desburocratizar" a administração pública.

A proposta foi oficialmente apresentada ao presidente da República, Sergio Mattarella, que tem a competência, de acordo com a Constituição, de designar o chefe do governo. Ele vai se encontrar na terça-feira (22) com os presidentes das duas câmaras do país para discutir sobre a possível nomeação. Conte não foi convocado pelo presidente.

Mattarella também vai examinar o programa de governo acordado pelo M5E e a Liga, que promete crescimento econômico, limitar a idade de aposentadoria, lutar contra a corrupção e dar uma guinada em matéria de segurança, com um viés anti-imigração e anti-Islã. Segundo pesquisa publicada no domingo (20) pelo jornal La Repubblica, seis em cada 10 italianos são favoráveis a um governo Liga-M5E. Só um quarto dos eleitores pensa que este projeto vai fracassar.

Disputa de egos e Berlusconi que tenta um retorno

Luigi Di Maio, o líder do M5E, e Matteo Salvini, que dirige a Liga, eram candidatos para comandar este primeiro governo antissistema. Mas uma disputa feroz de egos e resultados individuais insuficientes nas legislativas os forçaram a eleger uma terceira pessoa para governar.

Apesar de não ter nenhuma chance, o líder do Forza Italia, o ex-premiê Silvio Berlusconi, se ofereceu para voltar ao poder. O bilionário de 81 anos, que liderou a direita italiana durante 25 anos e acaba de recuperar sua elegibilidade após ser condenado por sonegação, não vê com bons olhos os capítulos do programa de governo comum sobre justiça e conflitos de interesse.

O programa, concluído entre Di Maio e Salvini após dias de reuniões e validado por 90% de suas bases, prevê deixar para trás a austeridade e combater as determinações de Bruxelas. Esta perspectiva preocupa os mercados financeiros: a bolsa de Milão fechou nesta segunda-feira em baixa de 1,5%. Os dez últimos pregões já acumular mais de 10% de queda.

(Com informações da AFP)

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