Viaduto que desabou em Gênova deixa pelo menos 22 mortos e 13 feridos
Um trecho de um viaduto na rodovia A10 desabou nesta terça-feira (14) na cidade italiana de Gênova, deixando "dezenas de vítimas", com pelo menos 22 mortos, informou o governo. As autoridades temem que esse número possa aumentar.
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O acidente acontece na véspera do feriado de Ferragosto, um dos mais importantes do calendário italiano, que marca a Assunção de Maria e o início das férias de verão.
“O clima não vai ser de festa”, declarou à RFI Brasil o italiano Luca Quartesani, proprietário da churrascaria Rio Samba, em Gênova. “Choveu muito nos últimos dias. A cidade está preocupada, pois o outro lado do viaduto também pode cair. É uma rodovia com muito movimento, que leva ao aeroporto, à praia, a Mônaco, à França. Toda a área em volta do viaduto está interditada e equipes de resgate e ambulâncias estão na região para tentar salvar sobreviventes”, acrescenta.
Cidade em choque
Farah Serra, blogueira brasileira e redatora de portais na Internet, mora em Gênova. Ela também deu seu depoimento à RFI Brasil:
"A cidade está em choque. As pessoas ainda estão tentando entender a dimensão do que aconteceu. A preocupação é grande para saber das vítimas. Aqui é véspera de Ferragosto, o maior feriado da Itália. A estrada estava cheia e o que vejo no meu Facebook são as pessoas comentando se estão bem, ao mesmo tempo em que pedem para os amigos darem notícias. Moro longe da região, não sei bem o caos que está por lá, além do que vemos pelo jornal. Mas essa sensação de apreensão e incompreensão ronda toda a cidade."
O cônsul-geral do Brasil em Milão, Paulo Cordeiro, informou que por enquanto não há informações sobre brasileiros entre as vítimas. A diplomacia brasileira está de sobreaviso.
Autoridades informam pelas redes
As autoridades italianas também estão usando as redes sociais para informar a população. "Acompanhamos a situação minuto a minuto. Agradeço aos 200 bombeiros que estão no trabalho para salvar vidas", declarou o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini.
No Twitter, o ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, declarou que o desabamento é "uma imensa tragédia". "Tenho uma grande apreensão de que o que aconteceu em Gênova se apresenta como uma imensa tragédia", tuitou Toninelli.
O diretor da Central de Emergências de Gênova, Francesco Bermano, disse à imprensa local que há "dezenas de vítimas". Segundo ele, várias pessoas estão sob os escombros da ponte Morandi, de cerca de 100 m de altura, após a queda de vários veículos no vazio.
"Uma cena apocalíptica", contou uma testemunha à emissora Isoradio, especializada no tráfego em rodovias.
A Direção Nacional dos Bombeiros de Gênova informou que a infraestrutura desabou, em grande parte, sobre vias férreas cruzadas pelo viaduto.
Todos os hospitais da região foram mobilizados para receber os feridos. O desabamento do viaduto também afetou a parte da fábrica Ansaldo Energia de Gênova, uma das unidades de produção de energia elétrica da Itália.
A entrada da fábrica fica debaixo do viaduto, mas aparentemente apenas o estacionamento foi atingido. À exceção da equipe de manutenção, o estabelecimento estava vazio, às vésperas do feriado de 15 de agosto.
"Os bombeiros participam, assim como as equipes de resgate com cães farejadores", anunciou o Corpo de Bombeiros no Twitter. Pelo relevo da região de Gênova, que fica entre o mar e a montanha, a rodovia possui longos túneis e viadutos.
Ponte inaugurada em 1967
De acordo com o site ingegneri.info, essa ponte de 1.182 m de extensão foi inaugurada em 1967 e restaurada em 2016. Foi construída entre 1963 e 1967, com uma estrutura mista, de concreto armado pré-fabricado e concreto armado comum.
A Polícia não descarta que se trate de uma falha estrutural da ponte.
Ajuda francesa
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse pelo Twitter que a França está "ao lado da Itália neste momento trágico e pronta para oferecer toda a ajuda necessária".
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