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Ex-diretor do FMI é condenado a 4 anos e meio de prisão na Espanha

O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, de 69 anos, foi condenado nesta quarta-feira (3) a quatro anos e meio de prisão por desvio de fundos dos bancos que dirigia. A descoberta do esquema de corrupção chocou a Espanha em crise.

O ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato
O ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato REUTERS/Andrea Comas
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A Suprema Corte espanhola confirmou a condenação definitiva de Rodrigo Rato. Ele deverá ser encarcerado nas próximas semanas. Como o ex-diretor do FMI, outros dirigentes do alto escalão de Caja Madrid, que se tornou Bankia em 2010, tinham cartas bancárias que eles usavam para suas despesas pessoais.

Gasolina, compras no supermercado, viagens caríssimas, aquisição de peças de luxo ou entradas em boates: eles agiam “como se o dinheiro fosse deles”, estimou a Suprema Corte. No total, entre 2003 e 2012, mais de € 12 milhões teriam sido desviados dentro do esquema, dos quais € 2,6 milhões durante a presidência de Rato, que dirigiu o Caja Madrid e, em seguida, o Bankia entre 2010 e 2012.

A Audiência Nacional, o alto tribunal encarregado dos casos de corrupção na Espanha, já tinha condenado Rato em primeira instância em fevereiro de 2017. O episódio ficou conhecido como “cartões black” e se tornou símbolo dos excessos dos poderosos enquanto a Espanha se afundava na crise. O partido da esquerda radical Podemos, nascido da indignação contra a classe política do país, aplaudiu no Twitter a condenação.

Rato também é acusado de fraude

Rodrigo Rato, vice-presidente e ministro da Economia durante o governo conservador de José Maria Aznar (1996-2004) incarna a desilusão da Espanha, impactada pela crise de 2008 e pela explosão da bolha imobiliária. Quando era ministro, Rato era apresentado como o possível sucesso de Aznar na liderança do Partido Popular. Seu sucesso o conduziu à direção do FMI até 2007.

Em sua atuação no meio privado, ele assumiu a direção do Bankia após sua fusão com outras caixas de poupança em plena recessão espanhola. O Bankia faz parte, precisamente, dos bancos mais criticados pelo erro de ter concedido empréstimos imobiliários sem muitas condições, criando a bolha especulativa.

De acordo com a Suprema Corte, Rato manteve o sistema de seu antecessor, Miguel Blesa, no Bankia. Condenado em primeira instância à maior pena do caso dos “cartões blacks” (seis anos de prisão), Blesa se matou em julho de 2017 com seu fuzil de caça.

Rato ainda tem mais contas a prestar com a Justiça: ele também será julgado por fraude num processo ligado à entrada do Bankia na Bolsa. Ele é acusado de ter falsificado as contas bancárias para obter a permissão das autoridades de ingressar na Bolsa – evento que foi celebrado em julho de 2011. O resultado foi tão catastrófico que o Estado espanhol, já em crise, teve que nacionalizar o Bankia e injetar € 22 bilhões obtidos de um empréstimo europeu para salvá-lo.

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