Crimes sexuais não serão mais tolerados na Igreja Católica, diz papa Francisco
O papa ordenou neste sábado (6) uma investigação mais aprofundada nos arquivos do Vaticano sobre o cardeal americano Theodore McCarrick, que foi proibido em julho de exercer seu ministério, após acusações de abusos sexuais. "Crimes sexuais não serão mais tolerados", afirmou Francisco.
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Tudo começou em agosto de 2018, quando um prelado italiano, Carlo Maria Vigano, acusou o papa e vários outros membros da Cúria Romana de encobrirem por anos os atos do cardeal contra seminaristas e padres, tendo por base uma documentação escrita.
O Sumo Pontífice deseja agora que seja concluída a investigação da Santa Sé que levou à renúncia do cardeal McCarrick, através da análise de documentos encontrados "nos arquivos dos discatérios (ministérios) e nos escritórios da Santa Sé" sobre o cardeal deposto, de acordo com uma declaração oficial.
"A Santa Sé está ciente de que poderia emergir desta análise fatos e circunstâncias, escolhas que podem não ser consistentes com a abordagem contemporânea de tais questões", aponta o comunicado.
"No entanto, como o papa Francisco disse, 'nós seguiremos o caminho da verdade, onde quer que ele vá'. Tanto os abusos quanto seu encobrimento não podem mais ser tolerados e um tratamento diferente para os bispos que cometeram tais atos ou os acobertaram representa de fato uma forma de clericalismo que não é mais aceitável", acrescenta o texto.
Theodore McCarrick foi acusado de abusos sexuais, desencadeando uma crise em toda a Igreja norte-americana, revelando profundas divisões políticas entre os bispos.
Em seguida, Carlo Vigano chegou a exigir a renúncia do papa no final de agosto, acusando-o de encobrir McCarrick por cinco anos, enquanto este ex-arcebispo de Washington foi apresentado por diplomatas como um temível predador homossexual de seminaristas e padres. Vigano também acusou Francisco de ter ignorado as sanções (aparentemente confidenciais) contra McCarrick por parte de seu antecessor, Bento XVI.
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