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Holanda / Refugiados / Igreja

Missas de 24 horas impedem que policiais expulsem família de refugiados na Holanda

Uma igreja holandesa afirmou nesta sexta-feira (21) que irá continuar a proteger uma família da Armênia que está há 8 semanas refugiada no local. O governo negou mais um pedido de permanência da família, às vésperas do Natal.

Hayarpi Tamrazyan, filha mais velha da família, durante uma das missas celebradas na igreja Bethel, em Haia na Holanda. 6/12/2018
Hayarpi Tamrazyan, filha mais velha da família, durante uma das missas celebradas na igreja Bethel, em Haia na Holanda. 6/12/2018 Koen van Weel / ANP / AFP
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Com mais um pedido de asilo negado, os membros da família Tamrazyan serão expulsos do país e terão que retornar à Armênia, assim que a polícia conseguir detê-los. A missão se tornou impossível desde que a igreja protestante Bethel, em Haia na Holanda, aceitou acolhê-los.

Cerca de 650 pastores têm se revezado diariamente para celebrar missas, sem nem sequer um minuto de recesso. O mecanismo serve para impedir a entrada da polícia, que não tem o direito de entrar em um local de culto durante uma celebração religiosa.

Resistência

“O secretário holandês de Estado, Mark Harbers, indicou claramente que ele não usará seu poder de decisão para ceder um pedido de permanência à família Tamrazyan. Dessa forma, a Igreja protestante de Haia não pode aceitar esta recusa e continuará protegendo essa família”, afirmou a instituição religiosa em um comunicado.

Em alguns casos, o ministério holandês da Justiça tem o poder de autorizar a permanência de menores que tenham recebido uma ordem de expulsão. A igreja Bethel, que esperava um gesto do ministro Harbers nesta época de festas de fim de ano, disse “lamentar a posição dura e injusta” do secretário de Estado. “Pouco antes do Natal, quando celebramos atos de amor e de paz de Deus à humanidade, sentimos que devemos reforçar nossa luta para não esquecer nossa responsabilidade de ajudar famílias como a dos Tamrazyam”, declarou Theo Hettema, presidente da Igreja Protestante de Haia.

Um porta-voz do secretário de Estado lembrou que a situação não mudou, insistindo sobre o fato de que a posição do governo sempre foi a mesma.

Família chegou há nove anos

Haryarpi Tamrazyan, a filha mais velha, de 21 anos, chegou à Holanda há nove anos, acompanhada de seus pais, de sua irmã, de 19 anos, e de seu irmão, de 14 anos. “Nós crescemos aqui”, explicou Haryarpi à imprensa em meados de dezembro.

A história da família Tamrazyan acabou sendo repercutida pela mídia do país, após um outro caso, em setembro, quando dois adolescentes armênios, que iriam ser expulsos, acabaram recebendo a autorização do secretário de Estado Mark Harbers para permanecer no país.  

  

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