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Itália fecha portos a navio de migrantes e Salvini diz que “festa acabou”

A Itália fechou todos os seus portos para cerca de 310 migrantes resgatados no Mediterrâneo pela ONG espanhola Proactiva Open Arms, declarou neste sábado (22) o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini. "Para os traficantes de seres humanos e para os que os ajudam, a festa acabou", tuitou o político de extrema direita. Malta foi o primeiro país a recusar os refugiados.  

Migrantes resgatados pela ONG Open Arms em 2018
Migrantes resgatados pela ONG Open Arms em 2018 法新社
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A ONG afirmou que havia, entre os migrantes, uma mulher e seu bebê, nascido numa praia da Líbia, que foram levados até Malta em um helicóptero. O resgaste ocorreu na sexta-feira (21), de acordo com anúncio feito pelo fundador da ONG.

"Após 24 horas de nossa chegada ao Mediterrâneo, o Open Arms acaba de resgatar dois botes em risco de naufrágio. Mais de 200 pessoas, incluindo homens, mulheres grávidas, crianças e bebês", tuitou Oscar Camps. Mais tarde, a organização anunciou o resgate de uma terceira embarcação com "29 mulheres, cinco crianças e 56 homens" a bordo.

Após seu tuite anunciando que os portos italianos ficariam fechados, Salvini publicou uma foto de seu café da manhã e a seguinte mensagem: “Espero não ofender nenhum jornalista ou professor de esquerda”. Oscar Camps, por sua vez, respondeu: “Suas mensagens um dia terão um fim, como tudo na vida. Mas daqui a algumas décadas, seus descendentes terão vergonha do que você fez e disse.”

A ONG espanhola publicou um vídeo mostrando alguns dos migrantes socorridos. “Se vocês pudessem sentir o frio [que eles passam], seria mais fácil compreender a urgência. Nenhum porto para desembarcar e Malta se recusa a nos dar comida. Isto não é um Natal”, declarou.

Travessia fatal para migrantes

O navio retomou no final de novembro as suas missões de salvamento no Mediterrâneo central, em frente à costa da Líbia, junto com outros barcos de ONGs. Este itinerário da imigração clandestina é o mais fatal e mais de 1.300 migrantes morreram na tentativa de chegar à Itália ou a Malta desde o início do ano, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

Os barcos humanitários operam nesta região apesar da dura oposição de Matteo Salvini, que os acusa de favorecer os traficantes de pessoas. A ONG alemã Sea-Eye também anunciou na sexta-feira à noite a saída de Algeciras, no sul da Espanha, de um novo barco em direção à costa líbia, o "Professor Albrecht-Penck".

Uma parte dos 18 membros de sua tripulação é composta por antigos voluntários do Aquarius, navio que, nos últimos meses, desencadeou uma crise diplomática entre os Estados europeus e encerrou definitivamente as suas atividades no início de dezembro.

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