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Brexit

França já se prepara para os obstáculos de um Brexit sem acordo

Enquanto a primeira-ministra britânica, Theresa May, corre contra o relógio para encontrar uma solução para o impasse sobre o Brexit, do outro lado do Canal da Mancha a França se mostra pessimista sobre um possível compromisso de Londres com Bruxelas. Paris já se prepara para um divórcio do Reino Unido com a União Europeia sem acordo entre as partes envolvidas. Esse cenário tornará muito mais difícil as relações dos britânicos com os países do bloco, e os franceses estão entre os principais afetados.

O primeiro-ministro francês Edouard Philippe disse que um Brexit baseado em um acordo “a cada vez menos provável”
O primeiro-ministro francês Edouard Philippe disse que um Brexit baseado em um acordo “a cada vez menos provável” Christophe Ena/Pool via REUTERS
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Os deputados aprovaram um projeto de lei que prepara a França para a saída do Reino Unido da UE, em particular para o chamado Brexit "duro", sem acordo. "A responsabilidade do governo é que nosso país esteja preparado. Que os interesses de nossos cidadãos sejam preservados e defendidos", afirmou o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe. Para ele, a ideia de um Brexit baseado em um acordo “é cada vez menos provável”, principalmente após o voto contrário ao texto na terça-feira (15).

O plano francês vem sendo elaborado desde abril de 2018. O texto autoriza o governo a adotar cinco decretos que serão apresentados ao Conselho de Ministros e serão publicados nas próximas três semanas, segundo Philippe.

Esses decretos visam proteger os interesses dos residentes franceses no Reino Unido, garantir um estatuto para os cidadãos britânicos na França, além de prever medidas para restaurar controles aduaneiros nos portos e aeroportos da França para os produtos britânicos.

Britânicos que vivem na França terão um ano para regularizar situação

O governo já prevê um investimento de € 50 milhões para que portos e aeroportos estejam preparados para as consequências do divórcio. Com um Brexit “duro”, mercadorias que entram e saem do Reino Unido pela conexão do Canal da Mancha deverão respeitar uma nova legislação mais complexa, o que exigirá uma reestruturação da logística aduaneira.

Também está incerta a situação dos cerca de 200 mil britânicos que vivem na França. Segundo Paris, eles poderão continuar no país, mas terão o prazo de um ano para regularizar sua situação, como qualquer outro estrangeiro oriundo de um país fora da UE. Mas para isso, insiste o governo, os cerca de 300 mil franceses que vivem no Reino Unido deverão beneficiar das mesmas condições.

As regras sobre o setor da pesca, outra área importante para ambos os país, ainda não foram definidas.

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