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Itália

Efeito Battisti: Salvini quer a extradição de 14 ativistas italianos refugiados na França

O ministro de extrema direita italiano Matteo Salvini, titular da pasta do Interior, rival político de Emmanuel Macron na Europa, quer a extradição de 14 ativistas italianos, a maioria de extrema esquerda, que encontraram refúgio na França nos anos 1980. Ele publicou no sábado (19) um tuíte com uma mensagem endereçada ao presidente francês.

Metteo Salvini quer que a França entregue 14 ativistas à Itália.
Metteo Salvini quer que a França entregue 14 ativistas à Itália. REUTERS/Remo Casilli
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Satisfeito com a recente extradição de Cesare Battisti da Bolívia, Salvini escreveu no Twitter: "Estou disposto a partir pessoalmente a Paris para encontrar Macron, se isso for útil, para trazer esses assassinos de volta à Itália". Ele afirma ter localizado 14 extremistas italianos, foragidos da Justiça, vivendo no território francês.

O diário Il Giornali relata que são pessoas que beneficiaram da "doutrina Mitterand", política aplicada pelo ex-presidente socialista François Mitterand (1981-1995), que deu abrigo a militantes que combateram os anos de chumbo na Itália.

Salvini afirma ter em seu gabinete uma lista de "30 terroristas" que fugiram do país. Segundo o político de extrema direita, 27 deles são extremistas de esquerda e três de direita. "É uma lista atualizada, produzida pelos serviços de inteligência italianos e a polícia, elaborada após a prisão de Cesare Battisti", indica o Ministério do Interior, que não pretende divulgar os nomes dos envolvidos.

O governo italiano estaria disposto a tomar as medidas oficiais necessárias para pedir a colaboração dos países que abrigam esses ativistas, a começar pela França. O objetivo é garantir que eles sejam entregues à Justiça italiana como aconteceu com Battisti, informa o ministério. Além de ministro do Interior, Salvini é também vice-primeiro-ministro da Itália.

Prisão perpétua na Sardenha

Battisti, que integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, nos anos 1970, chegou à Itália na segunda-feira (14), depois de passar 37 anos foragido. "Esse bandido, que passou anos nas praias do Brasil ou tomando champanhe em Paris, matou um marechal de 54 anos, um açougueiro, um joalheiro e um jovem policial. Ele tem que ir para a cadeia pelo resto de sua vida", comemorou Salvini.

Battisti escapou da prisão em 1981, viveu refugiado em Paris, depois foi para o México e se instalou no Brasil, em 2004. Quatro anos após fugir da cadeia, ele foi julgado à revelia e condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos: dois cometidos e dois nos quais teve participação. Em 1991, a sentença foi confirmada pela Corte Suprema italiana (Cassazione).

Battisti cumpre sua sentença em uma penitenciária na Sardenha.

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