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França/carne

França: começa processo de acusados de vender carne de cavalo

Seis anos depois do escândalo da carne de cavalo, que estava sendo vendida como carne bovina na Europa, começa nesta segunda-feira (21), no tribunal correcional de Paris, o processo de dois ex-dirigentes da empresa Spanghero e outros dois homens acusados de mascarar a origem do produto.

Açougue especializado em carne de cavalo, em Paris.
Açougue especializado em carne de cavalo, em Paris. REUTERS/Charles Platiau
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O caso explodiu em 2013 no Reino Unido, depois que uma inspeção sanitária na Irlanda do Norte revelou a existência de pratos congelados e de carne moída com etiquetagem adulterada. Os produtos foram distribuídos em pelo menos 13 países, inclusive a França. Eles eram vendidos em supermercados conhecidos, como Carrefour e Auchan.

Os quatro homens que serão julgados no processo são Jacques Poujol, ex-dirigente da empresa Spanguero, especializada na transformação de carnes, Patrice Monguillon, ex-diretor da mesma empresa, e dois negociadores holandeses, Johannes Fase e Hendricus Windmeijer. As audiências acontecem de segunda a quarta até o dia 13 de fevereiro.

Os quatro são acusados de ter enganado a empresa Tavola, filial situada em Luxemburgo do grupo francês Comigel, vendendo cerca de 500 toneladas de carne de cavalo entre 2012 e 2013. O problema é que, na verdade, eles apresentavam o produto como carne de boi. Além disso, a Spanghero comercializou diretamente 200 toneladas de carne de cavalo, em forma de linguiça bovina, e também pratos congelados.

O método consistia em modificar a etiquetagem da carne. A empresa Fasen vendia a carne de cavalo para a Spanghero apagando toda e qualquer referência à espécie nos documentos transmitidos, exceto por um código aduaneiro. A Fasen já havia sido condenada em 2012 por uma fraude parecida.

Transparência

A Spanghero é acusada de ter comercializado a carne sabendo que ela era de cavalo. Além disso, alterou as etiquetas para que seus clientes pensassem que o produto tivesse sido preparado nos ateliês da empresa. O caso trouxe à tona a falta de fiscalização e de transparência dos circuitos de distribuição, que visam diminuir os custos e negociar os “pedaços” pelo melhor preço.

Os abatedouros não vendem mais carcaças, mas desossam os animais para valorizar melhor cada parte, fabricando o famoso “minerai”, uma massa entre 10 e 25 quilos que se tornou matéria-prima para os pratos prontos da indústria alimentícia.

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