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Theresa May promete renegociar com UE, mas não convence oposição

Seis dias após a rejeição massiva de seu projeto de Brexit pela Câmara dos Comuns, Theresa May declarou nesta segunda-feira (21) que vai tentar obter novas concessões da União Europeia (EU). A primeira-ministra britânica prometeu escutar “melhor” os membros do Parlamento em relação às preocupações envolvendo a Irlanda e a Irlanda do Norte.

Theresa May está sendo criticada em seu país e também pela União Europeia
Theresa May está sendo criticada em seu país e também pela União Europeia REUTERS/Hannah McKay
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Faltando menos de dez semanas para a data prevista de saída do Reino Unido da União Europeia, no dia 29 de março, nenhum consenso foi encontrado em Londres. Após prometer ser mais atentiva quanto à questão da fronteira física entre as duas Irlandas, May recusou a ideia de excluir uma saída sem acordo (“no deal”), proposta pelo chefe da oposição trabalhista, Jeremy Corbon.

May também julgou “pouco provável” que a União Europeia aceite uma extensão da data limite fixada para o Brexit. “Vou continuar a conversar com meus colegas nesta semana, incluindo o DUP [partido da Irlanda do Norte]” sobre a questão da fronteira, declarou a chefe de governo.

Apesar de tudo o que está em jogo, May se contentou em anunciar apenas uma “mudança de método”, com um governo mais aberto e inclusivo em suas relações com o Parlamento. Ela também ressaltou que tentará conseguir “as proteções mais fortes possíveis” relativas aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente, após a saída da União Europeia.

Processo de negação

As declarações de May foram recebidas com raiva pela oposição, para quem May não levou em consideração a grandiosidade de seu fracasso na última terça-feira (15), quando seu projeto de divórcio negociado com Bruxelas foi rejeitado por 432 votos contra 202. Essa foi a maior derrota já vista na história do Parlamento britânico.

“A primeira-ministra está em negação total”, proferiu Jeremy Corbon, que pediu, sem sucesso, que ela explique as “concessões” que deseja obter dos dirigentes da UE, que já se recusaram a reabrir as negociações. “A garantia do ‘backstop’ [projeto para impedir o estabelecimento da fronteira com as duas Irlandas] foi negociada com o governo britânico e acho que é a melhor opção possível atualmente”, declarou o negociador-chefe dos Europeus, Michel Barnier, no canal irlandês RTE.

Vários ministros europeus das Relações Exteriores, reunidos em Bruxelas, concordaram. “Por que [renegociar]? Vocês querem que a UE saia perdendo mais do que o Reino Unido?”, estimou Miroslav Lajcak, da Eslováquia. Somente o ministro polonês, Jacek Czaputowics, pareceu se solidarizar com a posição de May, sugerindo limitar o backstop a cinco anos.

Vários grupos de deputados querem depositar emendas para evitar um “no deal” ou adiar a data de saída – que devem ser submetidas a voto no dia 29 de janeiro, preocupando o governo. O ministro britânico do Comércio Exterior, Liam Fox, já alertou para o risco de tsunami “político” caso os deputados não respeitem o resultado do referendo de junho de 2016.

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