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Delegação de Juan Guaidó chega a Roma buscando apoio do governo italiano

Uma delegação representando o presidente interino autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, chegou nesta segunda-feira (11) à Itália. O grupo, que conta com Francisco Sucre, presidente da comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional venezuelana, e com Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas, foi recebido em Roma pelo vice-presidente do Conselho italiano, Matteo Salvini, e pelo Vaticano.

A venezuelana Mitzy Capriles de Ledezma (direita), esposa do prefeito de Caracas, e outros membros de uma delegação venezuelana que devem ser recebidos pelo ministro do Interior da Itália e pelo vice-primeiro-ministro. Roma 11/02/19
A venezuelana Mitzy Capriles de Ledezma (direita), esposa do prefeito de Caracas, e outros membros de uma delegação venezuelana que devem ser recebidos pelo ministro do Interior da Itália e pelo vice-primeiro-ministro. Roma 11/02/19 Tiziana FABI / AFP
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Matteo Salvini aproveitou a ocasião para ter uma conversa telefônica com o opositor venezuelano, Juan Guaidó. O ministro do Interior e chefe do partido de extrema direita, A Liga, confirmou “apoio total” a eleições livres na Venezuela, além de reconhecer que o governo italiano, até então, havia hesitado sobre a questão. Até agora, Guaidó tem apoio de cerca de 50 países.

“Considero que seja meu dever encontrar a delegação do parlamento venezuelano, que é o único órgão legítimo no poder atualmente tendo em vista que o suposto presidente, Nicolás Maduro, não foi reconhecido pela comunidade internacional”, ressaltou Salvini.

Francisco Sucre disse, nesta segunda-feira, que “as condições para a mediação e o diálogo não existiam em seu país”, além de pedir “o fim da usurpação do poder” na Venezuela. A delegação também foi recebida pelo ministro italiano das Relações Exteriores, Enzo Moavero.

Vaticano também recebeu delegação

O Vaticano fez um apelo nesta segunda-feira para que os direitos humanos sejam respeitados na Venezuela, após a visita dos representantes da oposição do país latino-americano. A delegação foi recebida por membros da Secretaria de Estado, encarregada pela diplomacia do Vaticano.

No seio do governo italiano, a crise venezuelana provoca uma divisão. Enquanto a Liga, de Salvini, apoia Guaidó, o Movimento 5 Estrelas, partido antissistema do vice-primeiro-ministro, Luigi di Maio, fica ao lado de Maduro.

Expressando profunda preocupação, o Vaticano disse esperar que “uma solução justa e pacífica seja encontrada imediatamente para acabar com a crise, respeitando os direitos humanos, buscando o bem de todos os habitantes do país e evitando derramar sangue”. Em uma entrevista ao canal de TV italiano, Sky TG24, Nicolás Maduro afirmou ter enviado uma carta ao papa Francisco para pedir sua ajuda “para facilitar e reforçar o diálogo”.

“No Vaticano, expressamos claramente nossa posição. Acreditamos que o Vaticano, como a União Europeia, podem garantir a organização de eleições transparentes na Venezuela”, disse Sucre. Uma mediação da Igreja Católica na Venezuela exige o acordo de Guaidó e de Maduro, ressaltou o papa Francisco na semana passada.

Oposição prepara nova manifestação

A oposição venezuelana se prepara nesta segunda-feira para um novo dia de protestos previstos para a terça-feira (12), obedecendo a um apelo feito por Juan Guaidó. A intenção é fazer mais pressão sobre os militares para que eles deixem entrar a ajuda humanitária no país.

“Vamos nos mobilizar em todo o país para obter a entrada da ajuda humanitária que permitirá uma resposta à crise”, declarou o presidente do Parlamento. Ele afirmou que cerca de 100 mil pessoas já se declararam voluntárias para participar na distribuição dos medicamentos e dos mantimentos.

Toneladas de remédios, alimentos e produtos de extrema necessidade estão estocados, desde a quinta-feira (7) em armazéns da cidade de Cúcuta, onde militares venezuelanos bloqueiam a passagem com dois contêineres e um caminhão-tanque. O presidente Nicolás Maduro, que desmente a existência de uma “crise humanitária”, recusa a entrada dessa ajuda, considerando que trata-se de um primeiro passo em direção a uma intervenção militar dos Estados Unidos e de um “show político”. De acordo com a ONU, 2,3 milhões de venezuelanos deixaram o país desde 2015.

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