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Um mês após assassinato de prefeito, cidade polonesa tem eleições municipais

Um mês e meio após o assassinato do prefeito Pawel Adamowicz, morto com várias facadas, a cidade de Gdansk organiza neste domingo (3) novas eleições municipais. Todas as expectativas são de que a vitória será de sua ex-secretária adjunta, Aleksandra Dulkiewicz.

Vista da cidade de Gdansk
Vista da cidade de Gdansk Robin Hamman
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Thomas Giraudeau, correspondente da RFI em Varsóvia

As eleições municipais da cidade de Ddansk contaram com três candidatos: Aleksandra Dulkiewicz, favorita para o cargo, Grzegorz Braun e Marek Skiba. Dulkiewicsz foi diretora de campanha de Adamowicz e, em seguida, sua secretária-adjunta até o momento de sua morte.

Advogada e de tendência mais liberal, ela tem apoio da maioria dos partidos políticos, incluindo um dos maiores, o Plataforma Cívica. Até mesmo a sigla atualmente no poder, a ultraconservadora Lei e Justiça (PiS), decidiu não apresentar candidato para enfrentá-la.

Outro ponto a favor de Aleksandra Dulkiewicz é o fato de que os dois outros candidatos tentam ganhar o mesmo eleitorado: ultraconservador, nacionalista e católico. Isso significa que os votos vão se dispersar e dar mais vantagem à ex-adjunta de Adamowicz.

Seu adversário Marek Skiba busca passar uma imagem de representante das famílias e dos pais, se opondo aos cursos sobre tolerância e sobre direitos LGBT nas escolas de Gdansk. Já Grzegorz Braun afirma defender a Polônia da invasão migratória e das ordens da União Europeia. Mas numa cidade conhecida por ser mais aberta e liberal, os dois candidatos sabem que não têm muita chance contra Dulkiewicz.

Relembre o caso

O funeral de Pawel Adamowicz reuniu 45 mil pessoas na Polônia. A basílica de St Mary's, em Gdansk, ficou lotada durante a missa. A cerimônia foi celebrada pelo arcebispo da cidade, Leszek Slawoj Glodz, que entregou terços enviados pelo papa Francisco a familiares do ex-prefeito.

Acompanharam a cerimônia o ex-presidente Lech Walesa, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki.

Adamowicz defendia o acolhimento de refugiados e criticava os ultraconservadores do partido Lei e Justiça (PiS), no poder na Polônia. O assassinato do político de oposição ilustrou mais uma vez as tensões que reinam em vários países da Europa Oriental governados por líderes populistas, que alimentam o sentimento nacionalista e xenófobo na população.

Adamowiczil foi apunhalado quando assistia a um show de caridade em Gdansk, destinado a recolher doações para hospitais. 53.000 pessoas foram ao velório realizado no museu em memória do movimento social liderado pelo sindicato Solidariedade, nos anos 1980.

O assassino de Adamowiczil é um ex-presidiário de 27 anos que foi libertado em dezembro depois de cumprir uma sentença de cinco anos e meio de prisão por assalto à mão armada. Imagens da televisão mostraram o ex-detento gritando "Adamowicz está morto!", levantando os braços para o céu e afirmando que a Plataforma Cívica, no poder de 2007 a 2015, mandou torturá-lo quando ele estava preso. A classe política polonesa condenou em peso a agressão. Desde o assassinato, cerca de dez pessoas foram presas por espalhar o ódio e postar ameaças de morte nas redes sociais.

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