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Envolvido em escândalo de corrupção, vice-chanceler da Áustria renuncia

O governo ultraconservador da Áustria está no olho do furacão. O vice-chanceler Heinz-Christian Strache, líder da extrema direita do país, renunciou neste sábado (18), depois que a imprensa alemã divulgou um vídeo em que aparece prometendo contratos públicos em troca de verbas para sua campanha eleitoral. Na gravação, o líder afirma que os jornalistas "são as maiores prostitutas do planeta". 

Heinz-Christian Strache anunciou sua demissão durante coletiva de imprensa neste sábado (18).
Heinz-Christian Strache anunciou sua demissão durante coletiva de imprensa neste sábado (18). REUTERS/Leonhard Foeger
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A revelação foi feita pela revista alemã Der Spiegel e o jornal Sueddeutsche Zeitung, baseado em Munique, no sul da Alemanha. As duas publicações exibem em seus sites fragmentos de uma gravação com câmera oculta de uma reunião que teria acontecido meses antes das eleições parlamentares de 2017 na Áustria, nas quais o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de Strache, chegou ao poder.

Nas imagens, aparecem Strache e Johann Gudenus, líder do grupo parlamentar FPÖ, conversando com uma mulher que afirma ser sobrinha de um empresário russo, sobre como investir dinheiro na Áustria, especificamente para controlar o jornal de maior tiragem do país, o Krone Zeitung. A conversa envolve principalmente a participação acionária no poderoso jornal austríaco.

Strache sugere que, sob uma nova direção, o Krone Zeitung poderia ajudar o FPÖ em sua campanha eleitoral. Também diz à mulher que seu grupo poderá ter acesso a contratos públicos. Segundo ele, não haveria resistência na redação do diário porque, segundo ele, "os jornalistas são as maiores prostitutas do planeta".

Strache estava bêbado durante reunião

A reunião, realizada na ilha espanhola de Ibiza, foi uma armadilha para desmascarar o então líder da extrema direita. Apesar de ter recebido o vídeo, a imprensa alemã afirma não saber quem está por trás da operação.

Em entrevista ao Sueddeutsche Zeitung, Strache admitiu que participou da reunião, mas negou que tenha cometido qualquer crime. Ele declarou que "bebeu muito naquela noite" e que havia uma "grande barreira linguística" durante a conversa.

Pressão para renúncia

Após a divulgação do vídeo, na sexta-feira (17), os principais partidos da oposição exigiram a demissão do vice-chanceler. O Partido Socialista (SPÖ), qualificou o assunto de "maior escândalo" da República Austríaca do pós-guerra. Já o partido liberal NEOS se somou à exigência de renúncia e declarou que a realização de novas eleições parlamentares são "inevitáveis".

"Cometi um erro e não quero que isso sirva de pretexto para enfraquecer o governo", afirmou Strache em coletiva de imprensa neste sábado. Ele será substituído no cargo pelo ministro austríaco dos Transportes, Norbert Hofer, que também passará a ocupar a presidência do FPÖ.

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