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Após renúncia de May, começa a corrida para o cargo de premiê do Reino Unido

Os candidatos ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido entram neste sábado (25) na corrida pela vaga, dispostos a lidar com a complicada questão do Brexit, depois que Theresa May anunciou sua demissão na sexta-feira (24). Matt Hancock, ministro da Saúde, já anunciou sua candidatura. "Precisamos de um líder para o futuro, não apenas para agora", publicou no Twitter.

Theresa May após o anúncio de sua demissão no dia 24 de maio de 2019.
Theresa May após o anúncio de sua demissão no dia 24 de maio de 2019. ®REUTERS/Toby Melville
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"Implementarei o Brexit. Depois, avançaremos para o futuro radiante que devemos construir para o Reino Unido", afirmou Matt Hancock, acompanhando suas declarações da hashtag #LetsMoveForward (#Avancemos). A dirigente conservadora deixa para seu sucessor a árdua tarefa de implementar a saída da União Europeia (UE) em um país dividido sobre esta questão. O novo líder terá que renegociar um acordo com Bruxelas, depois que os deputados rejeitaram o texto obtido por May, ou optar por uma saída sem acordo.

May anunciou na sexta-feira que deixará oficialmente o cargo em 7 de junho, e expressou um "profundo pesar" por ter fracassado em concretizar o Brexit. Ela garantirá a transição até que os cerca de 100 mil membros do Partido Conservador elejam, até 20 de julho, um novo líder entre os candidatos selecionados pelos deputados, que se tornará o próximo chefe de governo.

Luta de dois meses

O anúncio marca o início de uma luta de dois meses pelo poder. Boris Johnson, 54, sequer esperou a declaração da primeira-ministra para anunciar sua candidatura ao cargo. Grande favorito das apostas, o ex-chanceler e ex-prefeito de Londres foi um dos responsáveis pela vitória do Brexit em um referendo.

Em visita à Suíça ontem, Johnson declarou que, se chegasse a se tornar premiê, buscaria renegociar o acordo de May com Bruxelas, mas estaria "disposto a sair" sem um “deal”. O ministro do Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart, e a ex-ministra do Trabalho, Esther McVey, também anunciaram suas candidaturas. O titular das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, indicou ontem que faria o mesmo "no momento oportuno".

Sem previsão de negociação

O próximo chefe de governo enfrentará as mesmas lutas de poder na Câmara dos Comuns, com os trabalhistas como principais opositores, já que sua chegada não está condicionada a novas eleições legislativas. "A grande questão é saber se um novo premiê poderá se encontrar com os 27 países da União Europeia e obter um acordo diferente, mais atraente para o Parlamento", segundo o professor de política pública da London School of Economics, Tony Travers.

A Comissão Europeia antecipou que a saída de May não mudará em nada a posição dos 27 países sobre o acordo do Brexit. "O acordo de retirada não está aberto a renegociação", afirmou o premier holandês, Mark Rutte. A dirigente alemã, Angela Merkel, mostrou-se mais flexível e prometeu trabalhar por um "Brexit ordenado".

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