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Reino Unido

Trump promete acordo comercial pós-Brexit em meio ao "carnaval da resistência" em Londres

O segundo dia da visita do presidente americano, Donald Trump, ao Reino Unido é marcado por um protesto na Trafalgar Square, no centro da capital britânica, a poucos passos da sede do governo, onde o republicano foi recebido pela primeira-ministra Theresa May. Eles discutiram as relações entre os dois países após o Brexit, cuja data está marcada para 31 de outubro.

Manifestantes participam de um protesto anti-Trump em Trafalgar Square, Londres, Grã-Bretanha, 4 de junho de 2019.
Manifestantes participam de um protesto anti-Trump em Trafalgar Square, Londres, Grã-Bretanha, 4 de junho de 2019. REUTERS/Clodagh Kilcoyne
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"Acho que teremos um acordo comercial muito substancial", "um acordo muito justo", disse Trump, ao chegar para um encontro com líderes empresariais britânicos e americanos na companhia de May. A premiê conservadora afirmou, por sua vez, que havia "grandes oportunidades para aproveitar juntos".

Enquanto Trump discutia com May o futuro das relações comerciais bilaterais, manifestantes protestavam na Trafalgar Square contra a visita do republicano, a poucos metros da sede do governo britânico.

"Não deveríamos acolher alguém que se vangloria de assediar mulheres tampouco vir aqui nos dizer como devemos governar o país", declarou uma manifestante, irritada com o apoio de Trump à escolha de Boris Johnson como eventual substituto de May. Na véspera, militantes anti-Trump já tinham batido panelas nas grades do Palácio de Buckingham para contestar a recepção oferecida pela família real ao bilionário republicano.

"Como americano vivendo no Reino Unido, eu me senti na obrigação de vir aqui por ser contrário às ideias desse presidente que divide as pessoas", declarou outro manifestante. "Eu não compreendo por que Theresa May o convidou", acrescentou.

Preocupado com as consequências do Brexit, outro participante do protesto argumentou que, apesar de as autoridades falarem sobre vantagens comerciais, "nós não estaremos em posição de força", enfatizou.

Costura política com conservadores

Trump aproveita sua passagem pelo Reino Unido, na semana em que se comemora o 75° aniversário do desembarque aliado na Normandia, ao final da Segunda Guerra Mundial, para se aproximar dos candidatos à sucessão de May.

Uma fonte próxima de Boris Johnson, ex-ministro das Relações Exteriores, fervoroso defensor do Brexit e favorito na lista de candidatos à sucessão de May, revelou que Trump conversou durante 20 minutos por telefone com o ex-chanceler. Johnson teria declinado um convite para se encontrar pessoalmente com Trump para não criar atritos no Partido Conservador, que realiza hoje os primeiros debates sobre a sucessão.

Trump também propôs uma reunião ao ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, igualmente candidato ao posto de primeiro-ministro. Segundo um assessor, Gove teria aceitado o convite, mas nenhuma data foi fixada.

May deixará oficialmente suas funções na próxima sexta-feira (7), depois de fracassar em quatro tentativas para aprovar o acordo sobre o Brexit negociado com o bloco europeu. Mas ela permanecerá no cargo como chefe de governo de transição até que os conservadores encontrem um sucessor entre os 12 candidatos na disputa, o que deve ocorrer até o fim de julho. Havia 13 candidatos na briga pela vaga até ontem, mas o sub-secretário do ministro encarregado do Brexit, James Cleverly, jogou a toalha.

Os conservadores travam uma batalha repleta de golpes e contragolpes para assumir o governo britânico. O vencedor será escolhido em uma série de votações secretas, previstas para começar no fim da semana que vem. O Brexit dito "duro", sem concessões à União Europeia, é o principal tema de discórdia. Trump aconselhou os britânicos a deixar o bloco sem acordo e a dar um calote na União Europeia, sem pagar o montante previsto na saída.

Manifestantes participam de um protesto anti-Trump em Trafalgar Square, Londres, Grã-Bretanha, 4 de junho de 2019.
Manifestantes participam de um protesto anti-Trump em Trafalgar Square, Londres, Grã-Bretanha, 4 de junho de 2019. REUTERS/Clodagh Kilcoyne

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