Itália: polícia encontra arsenal de guerra em depósito da extrema direita
A polícia italiana anunciou nesta segunda-feira (15) ter confiscado um importante arsenal de armas de guerra durante uma investigação sobre as ações de grupos neonazistas no país. O material que inclui um míssil de fabricação francesa, foi encontrado em um depósito situado em Rivanazzano Terme, no sul de Milão.
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Policiais da tropa de elite revistaram diversos locais suspeitos no norte do país, que pertenceriam a italianos conhecidos por terem combatido na Ucrânia, ao lado das tropas separatistas pró-Rússia. Foi através de escutas telefônicas que os policiais obtiveram pistas sobre as armas e chegaram, por acaso, ao hangar. Entre os presos estão o proprietário do local, um suíço de 42 anos, seu sócio e Fabio Del Bergiolo, um ex-candidato ao Parlamento pelo partido Forza Nuova, de extrema direita.
“É uma operação sem precedentes na Itália”, disse o secretário de Segurança Pública de Turin Giuseppe de Matteis. Segundo ele, os detidos não pareciam ter ligação com militantes que combateram na Ucrânia, ao contrário do que pensava a polícia. O míssil encontrado, um Matra Super 530F pertenceu às forças armadas do Catar e está em perfeito estado, segundo as autoridades italianas.
Na busca, a polícia também encontrou 26 armas, incluindo fuzis, 20 baionetas e 800 munições de diversos calibres. “Por hora, nada leva a crer que eles tivessem projetos subversivos”, disse um dos responsáveis da divisão antiterrorista italiana, Eugenio Spina. A polícia italiana vem realizando diversas operações nas últimas semanas sobre membros da extrema direita nas redondezas de Turin. A última levou à prisão de Fabio Carlo D’Allia, acusado de apologia ao facismo e detenção de munições de guerra.
Propaganda nazista
As imagens mostram as armas cercadas de propaganda neonazista, como bandeiras, suásticas e até uma placa com os dizeres ‘Praça Adolf Hitler'. “É um caso inacreditável, grave, que merece toda a atenção”, reagiu Maurizio Martina, do partido Democrata, de centro-esquerda. O ministro do Interior, Matteo Salvini, de extrema direita, não comentou a operação.
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