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Itália/ Novo governo

Itália alcança acordo para que Giuseppe Conte volte ao poder; Salvini sai enfraquecido

Um acordo político foi alcançado na Itália com o Partido Democrata (centro esquerda) para formar um novo governo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, anunciou nesta quarta-feira (28) o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema).

O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte ao lado de Matteo Salvini, em seu discurso no Senado no dia 20 de agosto de 2019.
O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte ao lado de Matteo Salvini, em seu discurso no Senado no dia 20 de agosto de 2019. REUTERS/Yara Nardi
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A manutenção de Conte, que é ligado ao M5S, "será uma garantia" para o Movimento, disse Luigi Di Maio, criticando seu ex-aliado Matteo Salvini (extrema direita) por ter, em 8 de agosto, rompido a coalizão formada há 14 meses.

Há três semanas a Itália vive uma crise inédita. Primeiro, pela decisão de Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita), de romper a coalizão de governo que formava com o M5S. Depois, em 20 de agosto, aconteceu a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte, que acusou Salvini de "priorizar seus interesses eleitorais" ao invés dos interesses do país.

Salvini tentava impor eleições antecipadas, convicto de que sairia eleito. Ele tinha intenções de voto de 36-38%, que agora caíram para 31-33%.

O presidente Mattarella iniciou na terça-feira (27) uma segunda rodada de consultas com a classe política.

Ideia da aliança vem dos tempos de Renzi

A ideia de uma aliança entre PD e M5S foi apresentada pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que governou a Itália entre fevereiro de 2013 e dezembro de 2016. A aliança tem como objetivos básicos de reduzir o número de parlamentares e estabelecer um orçamento de 2020 capaz de evitar o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), muito prejudicial para os consumidores.

Desde então, o projeto cresceu e passou a incluir propostas dos dois lados para estimular o apático crescimento econômico italiano com uma atenção especial aos desfavorecidos e ao meio ambiente, assim como com medidas de austeridade no Parlamento.

Contra todos os prognósticos, o presidente americano Donald Trump expressou apoio a Conte, que chamou de "homem de muito talento" e que "representou a Itália com força no G7".

Um ponto de interrogação diz respeito à atribuição de ministérios, sobre os quais o M5S pretende pesar em vista de sua maioria relativa no Parlamento a partir das eleições legislativas de 2018. Em contrapartida à aprovação do nome de Conte, segundo a imprensa, o PD teria solicitado ministério importantes, como Economia e Relações Exteriores.

Outro ponto de interrogação é o destino do vice-primeiro-ministro Di Maio, laminado midiaticamente por Salvini em 14 meses de aliança, e muito enfraquecido na crise atual.

Salvini zombou de um governo que será "refém dos caçadores ministeriais de carteiras". Mas a formação desta maioria é um revés pungente para o antigo homem forte do governo.

Ele denunciou um governo "formado nas indicações de Paris, Berlim e Bruxelas". "O único cimento que une o PD e as 5 estrelas é o ódio pela Liga, o primeiro partido na Itália", disse ele.

"Sinto que há um objetivo que vem de longe, que não vem da Itália, de entregar o país e as empresas a potências que não são italianas, o que seria uma falta de respeito com os italianos ", disse ele a repórteres após se encontrar com o presidente Mattarella.

(Com informações da AFP)

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