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Áustria

Avanço dos ecologistas em eleição na Áustria recompõe cenário político

O partido de extrema-direita austríaco FPO descartou neste domingo (29) seu retorno a um governo de coalizão ao lado dos conservadores liderados por Sebastian Kurz, 33 anos. O partido de Kurz (OVP) obteve 37% dos votos nas eleições legislativas realizadas neste domingo (29) e deve voltar ao poder. Para obter maioria parlamentar, Kurz poderá compor com a bancada ecologista, que surpreendeu na votação.

O líder conservador Sebastian Kurz foi plebiscitado nas eleições austríacas.
O líder conservador Sebastian Kurz foi plebiscitado nas eleições austríacas. REUTERS/Leonhard Foeger
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De acordo com projeções da TV pública austríaca, a extrema direita obteve apenas 16% de sufrágios, ficando atrás dos socialistas, que conquistaram 21,8% dos votos, quatro pontos a menos do que nas eleições de 2017, compondo assim mesmo a segunda maior bancada no novo Parlamento.

A principal surpresa da eleição foi a votação expressiva nos candidatos ecologistas. Os verdes retornam ao Parlamento em Viena depois de obter 14,1% dos votos, contra menos de 4% nas eleições de 2017. Os liberais pró-europeus da legenda NEOS obtiveram 8%, segundo projeções.

"Estamos nos preparando para ficar na oposição", disse o líder de extrema direita Norbert Hofer, nada satisfeito com o resultado das eleições provocadas pelo escândalo que ficou conhecido como Ibizagate. "Precisamos reconstruir o partido", acrescentou. As projeções indicam um recuo de dez pontos da direita nacionalista xenófoba, após a revelação de um suposto financiamento russo ao partido.

Kurz sai fortalecido

A popularidade de Kurz não sofreu com a tempestade que derrubou, em maio, seu primeiro governo, formado com os nacionalistas do Partido da Liberdade da Áustria (FPO). Neste domingo, o político conservador conseguiu melhorar em seis pontos o desempenho de seu partido nas urnas, em comparação com a eleição disputada há quase dois anos.

A coalizão de ultradireita, alinhavada em dezembro de 2017 e apresentada como modelo para a Europa diante da ascensão dos nacionalismos, implodiu após 18 meses. A aliança não sobreviveu às revelações comprometedoras do então chefe do FPO e número dois do governo, Heinz-Christian Strache, escândalo batizado de Ibizagate.

Em maio, a imprensa alemã revelou um vídeo filmado com uma câmera escondida em Ibiza (Espanha) em 2017, em que Strache era visto propondo participações em contratos públicos a uma pessoa supostamente ligada a um oligarca russo. Em troca, ele pedia apoio financeiro.

Strache teve que renunciar e Kurz expulsou o FPO de seu governo. Alguns dias depois, o próprio Kurz foi destituído como chefe do Executivo por meio de uma moção de censura.

Jogo de alianças

Com esses resultados, o partido de Kurz deve demorar várias semanas para costurar uma nova aliança de governo. Os socialistas declararam não estar interessados em governar com os conservadores.

Kurz poderá operar um giro de 180 graus, aliando-se com liberais e verdes, após uma campanha marcada pelas questões climáticas. Mas teria de fazer muitas concessões nas áreas de meio ambiente e imigração. Qualquer opção é arriscada.

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