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França/Eleição presidencial

Origem da carne francesa vira polêmica eleitoral

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, fez uma visita surpresa ao mercado de Rungis, no sul de Paris, maior polo de abastecimento em produtos alimentares para a grande distribuição, para tentar desmentir a afirmação de Marine Le Pen, candidata de extrema-direita à presidência. No sábado, ela afirmou que a integralidade da carne consumida na Île de France, região densamente povoada onde se encontra a capital, seria de origem halal, especificação dada a carne de animais abatidos de acordo com os ritos muçulmanos.

O presidente-candidato francês, Nicolas Sarkozy, nesta terça-feira no mercado de Rungis, nos arredores de Paris.
O presidente-candidato francês, Nicolas Sarkozy, nesta terça-feira no mercado de Rungis, nos arredores de Paris. REUTERS/Philippe Wojazer
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A origem da carne consumida pelos franceses se transformou em argumento eleitoral, já que cada vez mais abatedouros optam pelo halal, por ser economicamente mais interessante. No entanto, consumidores desse tipo de carne representam menos de 10% do mercado francês.

A Câmara de Agricultura da Île de France confirmou em um comunicado nesta terça-feira, que 100% da carne abatida na região seria de acordo com as tradições muçulmanas e judaicas. O órgão denuncia ainda a falta de escolha dada aos criadores.

O ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire, e profissionais do setor, tentaram tranquilizar os consumidores garantindo, que embora todos os abatedouros da região executem os animais de acordo com a crença muçulmana, eles seriam responsáveis apenas por uma parte «insignificante» do fornecimento da zona, o equivalente a 2% da carne consumida. A maior parte viria diretamente de outras áreas do país.

Na França, a carne de origem halal não precisa obrigatoriamente ser identificada como tal e é comercializada sem distinção nas grandes redes de supermercados.

Os protestos de Le Pen, nesse caso, são respaldados por associações em defesa dos animais, já que no modo halal o animal não é sedado antes de ser decapitado como na prática tradicional.
 

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