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França/ crimes

França aguarda prisão de suspeito de matar sete em ataques em Toulouse

Já dura mais de 15 horas o cerco da polícia francesa a um imóvel em um bairro residencial da cidade de Toulouse, na França, para prender o suspeito de ter cometido ataques em uma escola judaica, matando três crianças e um professor, e assassinado três militares na semana passada. Explosivos foram encontrados no carro do irmão do suspeito. 

Policial especial francesa bloqueia rua durante tentativa de prender suspeito de assassinatos em Toulouse, nesta quarta-feira.
Policial especial francesa bloqueia rua durante tentativa de prender suspeito de assassinatos em Toulouse, nesta quarta-feira. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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No início da tarde desta quarta-feira, a emissora de televisão BFMTV chegou a noticiar a prisão do suspeito, mas o ministério do Interior da França desmentiu o desfecho do caso que mobiliza um forte aparato policial. Desde as 3 horas, no horário francês, uma unidade de elite da polícia cerca o prédio em Toulouse, no sudoeste da França, e negocia a rendição de Merah. Dois policiais ficaram feridos em um tiroteio ocorrido quando a polícia tentou invadir o local. O homem, de 23 anos, é franco-argelino e militante islâmico, monitorado há pelo menos dois anos pelos serviços anti-terrorismo da França. Ele afirma ter várias armas à disposição, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.

No início da ação policial, o suspeito afirmou que as mortes de sete pessoas em 10 dias ocorreram para vingar a morte de crianças palestinas e protestar contra as intervenções militares francesas em outros países. Ele disse pertencer à rede terrorista Al Qaeda. Autoridades muçulmanas e palestinas refutaram as motivações de Merah e condenaram as declarações dele.

"Está na hora de estes criminosos pararem de reivindicar seus atos terroristas em nome da Palestina e de dizerem que defendem a causa das crianças, que só querem uma vida decente para eles mesmos e todas as outras crianças do mundo", afirmou o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, por um comunicado. "Estes crimes terroristas são condenados nos termos mais fortes pelo nosso povo ", declarou o premiê, que está em Bruxelas.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou a Toulouse no início da tarde e permaneceu por uma hora em uma caserna próxima ao imóvel onde acontece o cerco. Ele se encontrou com policiais que participam da operação e depois deixou o local para participar do enterro dos três militares mortos em Montauban, na semana passada, nas proximidades de Toulouse. Os quatro judeus assassinados na segunda-feira em frente a uma escola judaica da cidade foram sepultados nesta manhã, em Jerusalém.

O ministério do Interior afirma que o irmão do suspeito também é ligado à ideologia salafista muçulmana, e ele foi detido para prestar esclarecimentos sobre o envolvimento de Mohammed Merah com o terrorismo. Os explosivos encontrados do veículo dele estão sendo analisados. Já o carro de Mohammed Merah estava recheado de um “arsenal”, de acordo com a polícia, e encontrava-se em frente ao domicílio dele.

Perfil do suspeito

Mohammed Merah, 23 anos, é um francês de origem argelina com antecedentes criminais e que, depois de passar por Paquistão e Afeganistão, se declara jihadista da Al Qaeda. Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo e realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão, segundo Guéant.

Merah tentou entrar para a Legião Estrangeira do Exército francês em 2010, mas foi expulso da corporação em seu primeiro dia devido aos antecedentes criminais. Atualmente trabalhava como serralheiro. O modus operandi do assassino, que a bordo de uma scooter, matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas.

O suspeito era vigiado pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna). "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", segundo o ministro. No total, seriam 18 passagens pela polícia. Uma fonte ligada à investigação informou que ele também foi detido no Afeganistão no final de 2010, em Kandahar. O governo afegão desmentiu tê-lo prendido.
 

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