Sarkozy deixa o Eliseu e desfruta de mordomias garantidas por lei

Após passar a presidência do país para François Hollande nesta terça-feira, o agora ex-presidente Nicolas Sarkozy deixa o Eliseu e parte em férias. Apesar de todas as mordomias garantidas por lei, ele abre mão de um de seus principais direitos: a imunidade parlamentar. Essa perda será uma pedra do sapato do ex-chefe de Estado francês que pode encarar a Justiça por financiamento irregular de campanha.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy e sua esposa, a ex-primeira-dama Carla Bruni-Sarkozy, deixaram o Eliseu, nesta terça-feira. REUTERS/Jacky Naegelen

A partir de agora, Sarkozy pode desfrutar das várias regalias que um ex-presidente francês tem direito. Entre elas, estão viagens ilimitadas na classe executiva da companhia aérea Air France e em toda rede de trens SNCF, a companhia ferroviária francesa. Sarkozy, inclusive, deve passar 15 dias de férias no exterior com sua esposa, a cantora Carla Bruni-Sarkozy. O país de destino é ainda desconhecido, mas especula-se que seja no hemisfério sul.

Além de dois guarda-costas, o ex-presidente tem o direito a um carro oficial e a um gabinete com 7 colaboradores (um chefe de gabinete, dois assistentes, um funcionário dos arquivos nacionais e três secretários de gabinete). Isso tudo sem contar o apartamento funcional e o novo salário de 6 mil euros (equivalente a 15 mil reais).

Quanto à vida política, a lei permite que Sarkozy presida uma cadeira no Conselho Constitucional, órgão consultativo e responsável por avaliar as decisões do Senado. Apesar de toda essa mordomia, o ex-presidente perde um direito precioso: o da imunidade parlamentar. Essa mudança pode fazê-lo enfrentar a Justiça do país devido aos processos que enfrenta por financiamento irregular de campanha nos casos Bettencourt, Karachi e Kadhafi.