Governo vai impor condições para socorrer grupo avícola Doux
O governo francês vai impor condições para socorrer o grupo Doux, líder europeu do setor avícola que teve concondata anunciada na sexta-feira, 31, por um tribunal do comércio de Quimper na região oeste da França. O anúncio foi feito nesta seguda-feira pelo ministro francês da Agricultura, Stéphane Le Foll, que voltou a criticar o dono da empresa.
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A concordata, anunciada após um pedido encaminhado pelo empresário Charles Doux surpreendeu o governo francês e o banco Barclays, que finalizavam um empréstimo de 35 milhões de euros para dar sobrevida à empresa. Segundo a imprensa francesa, a família Doux, proprietária de 80% do grupo, se recusou a ceder o controle da empresa como propôs o banco Barclays, credor de mais de 30% das dívidas avaliadas em 430 milhões de euros.
Decisões estratégicas erradas, reestruturações mal planejadas e até mal-sucedida experiência do grupo no Brasil são apontadas como causas do endividamento mal controlado. A solução para a filial brasileira Doux-Frangosul foi o arrendamento para a gigante JBS, que assumiu parte do contencioso da empresa no início de maio.
“Não podemos dizer que durante anos e meses, o grupo mostrou muita pertinência em suas escolhas industriais, nas suas escolhas estratégicas”, disse o ministro Le Foll ao lançar uma nova advertência ao dirigente da Doux. “É preciso que ele compreenda que hoje, se tivermos que socorrer, deverá ser feito com a condição de que, como dizemos sempre, haja só ganhadores”, afirmou o ministro.
Na França, a grande preocupação do governo é evitar uma crise social, econômica e industrial na região oeste do país. A cadeia produtiva do grupo avícola envolve 800 fornecedores, e alguns deles estão sem receber há quase cinco meses. A partir desta segunda-feira dois emissários do governo vão investigar a fundo as contas da empresa, assim como as responsabilidades gerenciais, e propor soluções imediatas a fim de tranquilizar os criadores de frango que dependem do grupo.
O futuro do grupo Doux e de seus 3.400 funcionários ainda é um mistério. A única certeza é de que a reestruturação deve ser rápida, num prazo de seis meses, de acordo com a decisão da justiça que nomeou um interventor para administrar a empresa durante o processo de concordata.
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