Acessar o conteúdo principal
França/Indústria

Montadora Peugeot Citroen anuncia corte de 8 mil empregos

Maior montadora do setor automobilístico francês, a Peugeot Citroen anunciou na manhã desta quinta-feira o corte de 8 mil empregos na França e o fechamento da fábrica de Aulnay-sous-Bois, na região parisiense, em 2014. O anúncio já era esperado, mas assim mesmo provocou uma grande reação nos meios políticos e sindicais. É a primeira vez em 20 anos que uma grande fábrica de automóveis será fechada no país.

Os funcionários da Peugeot Citroen na frente da sede da empresa em Paris, no dia 28 junho de 2012.
Os funcionários da Peugeot Citroen na frente da sede da empresa em Paris, no dia 28 junho de 2012. REUTERS/Benoit Tessier
Publicidade

A maior montadora francesa justificou sua decisão pelas perdas significativas que teve no primeiro semestre do ano. O prejuízo foi orçado em 700 milhões de euros, cerca de 1 bilhão e 700 milhões de reais, apenas na divisão de automóveis. Sofrendo os efeitos do recuo do mercado europeu, a montadora, que tem fraco desempenho no mercado internacional, está pagando por anos de atraso estratégico. A Peugeot é dependente da Europa e tem custos de produção excessivamente altos, como consequência de não ter transferido parte de sua produção para países onde a mão de obra é mais barata.

Em 2011, o grupo produzia 44% dos seus carros na França, contra apenas 23% da Renault, principal concorrente no mercado doméstico. A empresa permanece fragilizada por seu tamanho reduzido e pela falta de recursos financeiros suficientes para novos investimentos, uma realidade ligada à "vontade histórica" da família Peugeot, que detém 25% do capital e 38% dos direitos de voto, de não perder o controle do grupo.

O governo francês nomeou um perito para analisar as contas do grupo. Os ministros da Recuperação Produtiva, Arnaud de Montebourg, e Marisol Touraine, de Assuntos Sociais, consideram as demissões na Peugeot Citroen ”inadimissíveis” já que o grupo automobilístico recebeu 4 bilhões de euros de ajuda pública nos últimos anos. Os resultados da auditoria serão conhecidos em 15 dias.

Philippe Varin, um dos dirigentes da Peugeot, rejeitou nesta quinta-feira a ideia de entrada de capital público na empresa. O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault prometeu um plano de apoio ao grupo, que será discutido no próximo Conselho de Ministros, no dia 25 de julho.

Efeitos serão catastróficos na região

O fechamento da fábrica de Aulnay-sous-Bois, anunciada nesta quinta-feira, representa ‘’uma tragédia econômica e social para Seine-Saint Denis’’, declarou o vice-presidente do Conselho Geral da região, Claude Bartolone, em um comunicado. Segundo ele, a decisão é um choque para os assalariados e suas famílias. A área de Seine-Saint Denis é uma das mais pobres da região parisiense, com alto índice de desemprego e de violência.

O premiê francês declarou que a Peugeot Citroën se comprometeu a encontrar uma solução para cada funcionário que deixar a empresa. Já se sabe que dos 8 mil postos de trabalho fechados, 6.500 trabalhadores terão direito a indenizações num plano de demissão voluntária. Apenas 1.500 trabalhadores receberão propostas de cargos em outras unidades do grupo.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.