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França/Violência

Indiciado pela morte de jovem militante, acusado não deverá responder por homicídio doloso

O principal suspeito de ter provocado a morte do jovem militante francês de extrema-esquerda não deverá ser indiciado por homicídio doloso, segundo fontes da Justiça francesa. Milhares de pessoas voltaram a desfilar em Paris, em homenagem a Clément Méric, de 18 anos, morto na última quinta-feira após uma briga com skinheads.Também hoje o governo francês decidiu dissolver um grupo de extrema-direita no país.

Manifestação em homenagem a Clément Méric em Paris.
Manifestação em homenagem a Clément Méric em Paris. Reuters/Charles Platiau
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A autópsia de Clément Méric revelou que o estudante morreu em conseqüência dos socos que levou no rosto, confirmou nesta sábado o promotor de Paris, François Molins. Mas a utilização de um “soco inglês” não pôde ser confirmada. O promotor informou que os dois dias de investigações apontam que os suspeitos pela morte do jovem militante “tinham a intenção de matar”, mas o juiz de instrução encarregado pelo caso não considerou que houvesse intenção de matar.

Esteban, um skinhead espanhol de 20 anos, é o principal suspeito de ser o autor dos socos que mataram Clément Méric. Esteban e quatro outros skinheads que estavam detidos para averiguação desde quinta-feira foram ouvidos hoje pelo juiz encarregado do caso. Eles reconheceram serem “simpatizantes do movimento ultranacionalista Terceira Via”. A promotoria pediu a detenção provisória de 4 skinheds, indiciados por “violência voluntária”. Esteban foi preso na noite deste sábado. A única mulher do grupo, Kátia, será indiciada por cumplicidade.

A abertura do inquérito por homicídio culposo foi seguida pelo anúncio do primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, de dissolução de outro grupo de extrema-direita francês, o “Jeunesses nationalistes révolutionnaires” (Juventude nacionalista revolucionária).

Passeata em homenagem a Clément

Milhares de pessoas voltaram a se manifestar em Paris neste sábado contra a morte de Clément Méric. “Este foi um assassinato político”, denunciou no início da passeata Olivier, integrante do grupo Ação antifacista do qual também fazia parte Clément.

Os colegas do jovem estudante assassinado abriram a passeata, vestindo uma camiseta branca com a inscrição “Clément à jamais” (Clément para sempre!).

O jovem estudante do Instituto de Ciências Políticas de Paris, de 18 anos, foi espancado na noite da última quarta-feira numa briga com skinheads, no centrro de Paris. Ele morreu no dia seguinte em conseqüência de traumatismo múltiplo no rosto, na cabeça e no pescoço.
 

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