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França/Greve

Taxistas de Paris fazem greve contra liberalização do setor

Os taxistas parisienses estão em greve nesta segunda-feira (10) e causam congestionamentos com "operações tartaruga" em vários pontos da cidade. A categoria protesta contra a concorrência dos veículos de turismo com motorista (VTC, do francês voitures de tourisme avec chauffeur), um tipo de serviço que surgiu com os aplicativos de celulares e a venda de corridas pela internet, e hoje faz "concorrência desleal", na opinião dos taxistas.

Taxistas protestam em Paris, nesta segunda-feira (10), contra os veículos de turismo com motorista (VTC).
Taxistas protestam em Paris, nesta segunda-feira (10), contra os veículos de turismo com motorista (VTC). AFP/François Guillot
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A greve dos taxistas de Paris começou às 6h no horário local, 3h em Brasília, e afeta principalmente o serviço nos aeroportos da capital. No aeroporto internacional Charles de Gaulle, não havia nenhum táxi na área de desembarque de passageiros no início da manhã. Em Orly, um grupo de taxistas bloqueou o terminal de desembarque. Os sindicatos da categoria esperam que mais de 5 mil profissionais participem do protesto de hoje.

Na semana passada, a Justiça suspendeu um decreto que obrigava os VTC a aguardar o período mínimo de 15 minutos entre o pedido da corrida e a chegada do veículo para buscar o passageiro. A Justiça considerou que o decreto afetava gravemente os interesses econômicos das empresas de motoristas de veículos de turismo. Esta decisão irritou os taxistas licenciados, que exigem um intervalo ainda maior, de no mínimo 30 minutos, além da cobrança de um valor mínimo de 60 euros por corrida dos VTC.

De acordo com os sindicatos de taxistas, essas exigências são necessárias para estabelecer uma concorrência mais leal, uma vez que os VTC saem em vantagem já que não precisam comprar a licença de trabalho. Os veículos de turismo com motorista só precisam pedir uma carteira profissional emitida pela prefeitura para atuar no transporte ocasional de passageiros.

Licença de taxista pode custar até 300 mil euros

Axel Douard, um jovem taxista parisiense em greve, reclamou das condições de trabalho em entrevista ao canal BFM TV. "Eu comprei uma licença há um ano por 242 mil euros, cerca de 777 mil reais, porque me disseram que se eu quisesse ser um taxista, eu tinha que comprar a licença. Eu também comprei um carro e agora tenho uma dívida de 300 mil euros (972 mil reais) para pagar”, afirmou ele à BFM TV. Os taxistas também reclamam que os VTC praticam atividades ilegais ao “pegaram” com frequência clientes diretamente na rua, um direito exclusivo dos profissionais licenciados como taxistas. Os VTC só podem operar por telefone ou pela internet.

Esta é a segunda greve dos taxistas parisienses desde janeiro, e agora o movimento se espalha em outras cidades francesas como Marselha. A federação dos VTC, por sua vez, expressa preocupação com o protesto. Durante a última greve dos taxistas, atacaram carros VTC com pedras, além de furarem pneus. Slogans incitando à violência circulam neste novo dia da paralisação.

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