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França/ julgamento

Justiça francesa começa a ouvir Strauss-Kahn em caso de rede de prostituição

O tribunal de Lille ouve pela primeira vez, a partir desta terça-feira (10), o depoimento do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn. Ele vai depor no processo em que, ao lado de outras 13 pessoas, é acusado de explorar uma rede de prostitutas no norte da França.

A chegada ao tribunal de Stauss Kahn  foi tumultuada pelo protesto de 3 militantes do movimento feminista Femen.
A chegada ao tribunal de Stauss Kahn foi tumultuada pelo protesto de 3 militantes do movimento feminista Femen. REUTERS/Pascal Rossignol
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Strauss-Kahn, 65 anos, vai relatar a sua versão dos fatos durante três dias de audiências. A chegada ao tribunal de DSK, como ele é chamado na França, foi marcada pelo protesto de três militantes do movimento feminista Femen.

Com os seios à mostra, elas se jogaram no capô do carro que transportava o ex-diretor-gerente do FMI, para cobrar a condenação de clientes de prostituição. As “Femen” foram rapidamente afastadas pela polícia.
Strauss-Kahn chegou em um veículo com as janelas escuras e não parou para falar com os jornalistas do lado de fora do tribunal. Ele estava acompanhado de seus três advogados de defesa.

Orgias

Os juízes que decidiram levar Strauss-Kahn a julgamento - apesar de um parecer em contrário do Ministério Público - querem provar que o ex-diretor do FMI sabia que as participantes de orgias com ele e um grupo de amigos eram prostitutas. Em sua defesa, DSK vai alegar que nunca pagou para fazer sexo com as mulheres.

Segundo Strauss-Kahn, que era favorito para vencer as eleições presidenciais da França em 2012, as parceiras das festas eram adeptas da libertinagem, assim como ele próprio. O ex-chefe do Fundo Monetário também afirma que nunca se encontrou com o relações públicas do Hotel Carlton de Lille e o dono de uma rede de boates de prostituição da Bélgica, acusados de aliciar as garotas.

Depoimentos constrangedores

No tribunal, Strauss-Kahn enfrentará cara a cara as acusações de mulheres que deram uma versão menos consensual das orgias. Uma delas, Jade, deve fazer revelações constrangedoras sobre as preferências sexuais de Strauss-Kahn. Seu depoimento, na semana passada, chocou a audiência. Jade descreveu um cotidiano de abusos pelos clientes.

Se for condenado por "proxenetismo com agravante de grupo organizado", Strauss-Kahn poderá pegar até 10 anos de prisão. O crime também prevê multa de até € 1,5 milhão de euros (R$ 4,7 milhões).

Carreira abalada

Antes do chamado “affaire Carlton”, Dominique Strauss-Kahn foi acusado de abuso sexual por uma camareira de hotel de Nova York. Neste caso, ele entrou em acordo com a vítima, Nafissatou Diallo, após as acusações serem retiradas.

DSK, que foi ministro de Finanças francês durante o governo socialista no final dos anos 1990, se tornou uma das mais influentes personalidades globais como chefe do Fundo Monetário Internacional. Sua carreira, no entanto, acabou em maio de 2011 quando o mundo assistiu ao vivo na TV as imagens dele algemado e sendo escoltado para custódia em Nova York após as acusações da camareira.

Depois de sua volta à França, Strauss-Kahn se separou da esposa jornalista, Anne Sinclair, conheceu uma nova parceira e seguiu a carreira no setor de investimento privado.
 

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