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Terrorismo/França

Suspeito de planejar atentados contra igrejas pretendia atacar Sacré-Coeur em Paris

O jornal Le Figaro desta quinta-feira (25) traz novas revelações sobre o material recolhido pela polícia na residência de Sid Ahmed Ghlam, suspeito de planejar ataques contra igrejas da capital francesa. O estudante argelino de 24 anos, que foi preso em abril e é apontado como autor da morte da professora de dança Aurélie Châtelain, teria como um de seus alvos a basílica do Sacré-Coeur, célebre igreja do bairro Montmartre.

Basílica do Sacré-Coeur, no bairro de Montmartre, é uma das igrejas mais visitadas de Paris.
Basílica do Sacré-Coeur, no bairro de Montmartre, é uma das igrejas mais visitadas de Paris. Daniella Franco/RFI
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O jornal Le Figaro teve acesso ao relatório policial que descreve a troca de e-mails encontrados no computador apreendido na residência do rapaz. O jovem era orientado por uma pessoa na Síria ou no Iraque, que fornecia detalhes de como realizar o ataque.

"Tente encontrar uma igreja cheia e de onde você possa sair rapidamente e facilmente. Depois que você encontrar esse local, eu explicarei o que você deve fazer em seguida", diz uma das mensagens encontradas no computador de Ghlam pela polícia.

Basílica de Montmartre

Em outra das conversa com o "tutor", Ghlam teria escrito que poderia fazer um vídeo de propaganda para o grupo Estado Islâmico em "possíveis alvos de atentados", entre eles, "a basílica do Sacré-Coeur", cita.

"Nos últimos dez dias, eu preparei a operação. Preciso de algumas respostas para que ela seja realizada. Que tipo de arma vocês vão me trazer? Vocês vão me dar carregadores e balas? Como vai ser com o carro que vocês vão me fornecer? É preciso ao menos um ou dois companheiros mobilizados comigo", diz outro e-mail atribuído ao argelino.

Sid Ahmed Ghlam é suspeito de planejar atentados contra igrejas de Paris.
Sid Ahmed Ghlam é suspeito de planejar atentados contra igrejas de Paris. Reprodução YouTube

Em outra mensagem, o jovem teria escrito que, depois de perpetrar o atentado, se esconderia na casa de sua namorada durante dois dias, até que estivesse seguro que a polícia não teria desvendado sua identidade. "Até eles me descobrirem, eu tenho a possibilidade de realizar mais uma operação", teria prometido.

Ao ser indagado por seu "tutor" sobre que tipo de ataque pretenderia fazer, a resposta é fria: "Em um trem, eu vou matar ao menos 150 pessoas e vou encontrar meu criador", diz, em relação aos planos de um atentado suicida.

No final da troca de mensagens, o estudante argelino afirma que no dia da operação, ele pretende usar uma máscara do grupo Anonymous.

Ghlam nega acusações

Detido, o jovem deu uma nova versão dos fatos na última semana. Ele reconheceu estar em Villejuif, na periferia de Paris, em 19 de abril, na companhia de outra pessoa. No mesmo dia, Aurélie Châtelain foi encontrada morta dentro de seu carro. Na cena do crime, o DNA de Ghlam foi identificado. Ele contesta, no entanto, ter qualquer responsabilidade na morte de Aurélie e diz que fez de tudo para evitar um atentado no dia.

O suspeito diz que foi um cúmplice quem atirou acidentalmente em Aurélie, ao tentar roubar seu carro para realizar um ataque contra uma igreja de Villejuif. Ao presenciar a morte da professora de dança, Ghlam teria tomado consciência de seu ato e preferiu disparar contra si mesmo e, em seguida, chamar o Samu para ser detido. O serviço de urgências médicas sempre alerta a polícia em caso de ferimento à bala.

O argelino se recusa, no entanto, fornecer o nome do cúmplice. Embora a polícia tenha deito três suspeitos de participar dos planos do atentado contra uma igreja de Villejuif, todos eles negam qualquer envolvimento com o caso.

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