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França/Terrorismo

Marroquino que atacou trem na França é indiciado por tentativa de assassinato

O marroquino Ayoub El-Khazzani, de 25 anos, que tentou cometer um ataque num trem que fazia a rota Amsterdã-Paris, foi indiciado nesta terça-feira (25) por tentativa de múltiplos assassinatos ligados a um projeto terrorista, detençao, porte e transporte de armas e muniçoes e formação de quadrilha. Ele teve a prisão preventiva decretada.

O procurador François Molins durante entrevista coletiva nesta terça-feira (25), em Paris.
O procurador François Molins durante entrevista coletiva nesta terça-feira (25), em Paris. AFP PHOTO / MIGUEL MEDINA
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El-Khazzani foi indiciado depois de passar quatro dias detido para interrogatório nas instalações da unidade antiterrorista do serviço secreto francês, localizada na região parisiense.

Em entrevista coletiva nesta tarde, o procurador de Paris, François Molins, informou que o marroquino embarcou na última sexta-feira (21) na estação de Bruxelas portando uma pistola automática alemã Luger M80, um fuzil AKM - e não um fuzil AK 47, como dito inicialmente -, além de um estilete. Ele foi dominado heroicamente por cinco passageiros do trem, incluindo dois soldados americanos, quando se preparava para entrar em ação, depois de carregar as armas no banheiro do vagão.

Além das armas, de acordo com o procurador, El-Khazzani carregava 270 cartuchos de bala, uma garrafa com 50 ml de combustível, um telefone celular e outros objetos pessoais. Os investigadores rastrearam esse telefone e descobriram que o rapaz consultou, quando já estava dentro do trem, um site islamita de apologia a atentados terroristas. O marroquino também tinha uma conta no Facebook, identificada pelos investigadores, que foi fechada no dia seguinte ao atentado.

Acusado nega projeto terrorista

Durante os interrogatórios, El-Khazzani disse que não tinha domicílio fixo e que havia passado os últimos meses dormindo num jardim público da capital belga, onde "por acaso" encontrou uma mala com as armas implicadas no ataque.

A polícia da Bélgica, que também investiga o caso, fez perquisições na noite de segunda-feira em Bruxelas nas casas da irmã de El-Khazzani e de um amigo do acusado, um belga de origem marroquina, onde ele teria passado alguns dias. Os policiais apreenderam computadores nos dois locais. Os investigadores belgas tentam identificar a trajetória do marroquino nas semanas que antecederam o atentado frustrado.

Os investigadores franceses confirmaram que o atirador morou na região parisiense em 2014, num período de cinco a sete meses. Trabalhou durante dois meses em uma companhia de telefonia celular. E este ano viajou da Alemanha para a Turquia, passando pelo aeroporto de Berlim, o que ele nega. De 2007 a 2014, ele morou na Espanha e passou a ser vigiado pelos serviços de inteligência espanhóis por seus discursos legitimando a guerra santa islâmica (jihad, em árabe).

O procurador Molins disse que as investigações judiciais vão prosseguir com todos os países por onde El-Khazzani passou, ou seja, Espanha, Bélgica, França, Alemanha e Turquia.

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