Agricultores franceses invadem Paris com tratores para pressionar governo
Os produtores franceses decidiram fazer barulho. Eles chegam em Paris nesta quinta-feira (3) em massa com mais de 1500 tratores para uma manifestação na praça de Nation. Uma delegação será recebida nesta tarde no Ministério e uma outra irá para a Assembleia Nacional para apresentar suas reivindicações aos deputados. A gigante manifestação já é considerada "histórica" por grande parte dos agricultores. Entre as reivindicações está o incentivo para tornar a produção mais competitiva.
Publicado em: Modificado em:
Eles sobreviveram à crise bovina, suína, do leite e ainda assim eles acreditam que a agricultura francesa está perto do fim. Revoltados, os produtores resolveram se manifestar em grande estilo quatro dias antes de uma importante reunião em Bruxelas. A movimentação em direção à capital tem como objetivo o reconhecimento das demandas da categoria pelo governo e pela população, que ignora em parte a crise do setor.
"Ir até Paris é um golpe de mestre. Temos 1.500 tratores, e teremos de 4.000 a 5.000 pessoas nesta tarde na praça de Nation. Isso mostra o total desespero dos agricultores. Hoje, precisamos de verdadeiras soluções, que sejam duráveis e que nos deem perspectiva, que nos devolvam o orgulho de levantar de manhã cedo e cultivar bons produtos", comenta Luc Smessaert, vice-presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Exploração Agrícola (FNSEA).
Normas
Foi a FNSEA que iniciou o movimento com o Sindicato dos Jovens agricultores, que anunciaram hoje, mais precisamente, a chegada de 1.512 tratores nas estradas e cerca de 4.000 agricultores vindos em trem ou ônibus. Para estacionar todos esses tratores vindos de todas as partes da França, seria necessários 8 hectares de via. A contestação tem justificativas econômicas e sociais. Os produtores não esperam que os problemas se resolvam da noite para o dia, mas pedem que as decisões do governo avancem.
A França tem hoje normas diferentes das dos vizinhos como a Alemanha ou a Espanha, que produzem produtos mais baratos e acabam exportando mais. "O governo deve se comprometer com a parte estrutural, nos livrando dos impostos e das normas francesas. Compreendendo que a única saída para a França é manter sua própria atividade de agricultura e pecuária", insiste Thierry Roquefeuil, presidente da Federação Nacional dos produtores de leite.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro