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Violência

Polícia francesa detém seis funcionários da Air France envolvidos em agressão

Seis funcionários da Air France tiveram hoje a prisão provisória decretada no âmbito da investigação aberta para esclarecer as agressões físicas contra dois diretores de Recursos Humanos da empresa. Os incidentes aconteceram na semana passada durante uma reunião na qual a direção da companhia anunciou um plano de reestruturação prevendo 2.900 demissões. Sete pessoas ficaram feridas.

O diretor de RH da Air France, Xavier Broseta (à direita), quase foi linchado por funcionários revoltados com o plano de demissões anunciado pela companhia aérea.
O diretor de RH da Air France, Xavier Broseta (à direita), quase foi linchado por funcionários revoltados com o plano de demissões anunciado pela companhia aérea. REUTERS/Jacky Naegelen
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Os seis detidos são suspeitos de ter invadido uma reunião do comitê central da Air France e gerado os incidentes de violência. Eles foram identificados graças a dezenas de vídeos postados na internet e das câmeras de segurança internas da empresa. Para escapar do linchamento, os dois executivos da Air France fugiram do local da reunião com as camisas rasgadas. As imagens das agressões foram comentadas em todo o mundo.

Quatro funcionários foram detidos durante a madrugada em casa pela polícia francesa, sem incidentes. Um quinto empregado da Air France foi interpelado um pouco mais tarde, enquanto o sexto suspeito foi convocado para depoimento e compareceu à delegacia. A maioria dos detidos trabalha no setor de cargas da companhia aérea. Se forem denunciados por violência com agravante, a pena prevista é de 5 anos de prisão.

"Intimidação"

Políticos de extrema-esquerda e sindicalistas contestaram a forma como as detenções foram realizadas, para "intimidar o movimento sindical". Jean-Luc Mélenchon, candidato derrotado à presidência em 2012 e líder do Partido de Esquerda, disse que a polícia quis humilhar os suspeitos. Porém, a polícia recebeu dez queixas relacionadas com o caso e deve proceder à investigação.

Na última sexta-feira, a Air France retomou as negociações com os sindicatos de pilotos e de outras categorias profissionais da empresa. Os pilotos, que inicialmente se recusavam a aumentar o número de horas anuais de voo, sem aumento de salário, para gerar os ganhos de produtividade fixados pela empresa, aceitaram fazer concessões e retomar o diálogo.

Amanhã, um sindicalista presente no momento das agressões e uma funcionária da Air France, que fez um apelo desesperado aos diretores de RH para que evitassem as demissões, serão recebidos por parlamentares na Assembleia Nacional. A funcionária foi filmada implorando para ser ouvida, mas os executivos sequer responderam a seus apelos. O vídeo foi visto milhares de vezes na internet e comoveu os franceses. Agora, deputados socialistas querem ouvi-los para saber como anda o diálogo entre empregados e direção na Air France.

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